Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã desta quarta-feira (12), o CEO da Azul Linhas Áereas, John Rodgerson, falou sobre planos e perspectivas da companhia para ampliação de voos comerciais e atendimento a clientes que tiveram de remarcar passagens em razão do fechamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho após a enchente que atingiu o Estado em maio.
— Temos que lembrar que o Salgado Filho tinha 120 voos por dia e agora temos apenas cinco voos em Canoas. Então, temos uma grande demanda de pessoas que querem sair do RS, pessoas que querem vir ajudar o RS, e simplesmente precisamos de mais voos e estamos lutando por isso — afirmou.
A expectativa do CEO da Azul é de que no mês que vem o número de viagens oferecido pela empresa possa dobrar na Base Aérea de Canoas:
— Temos a intenção, talvez no mês de julho, de dobrar a oferta em Canoas. Mas, lembrando, passar de cinco voos para 10 em um aeroporto que tinha 120 voos ainda é muito pouco.
John ainda ressaltou a importância da ampliação da operação para atender às necessidades de reconstrução do Estado:
— Acredito que nos próximos dois anos vamos ter mais voos do que tínhamos antes no RS, porque vamos ter que reconstruir o Estado. Temos aeronaves prontas e vamos receber ainda mais aeronaves neste ano, e queremos dedicar mais.
Sobre a possbilidade de transferência de voos para outros aeroportos próximos à Capital, pontuou a dificuldade de locomoção dentro do Estado neste momento.
— A gente botou mais voos em Caxias, Florianópolis e Pelotas, mais 120 voos no Estado inteiro. A logística do Rio Grande do Sul é difícil neste momento. Sair de Porto Alegre para outra parte do Estado não é viável para a maior parte da população. O terminal (Salgado Filho) precisa de muito trabalho, mas vamos ter que aceitar condições diferentes para botar mais voos no ar.
O CEO demonstrou preocupação com o turismo do Estado, citando Gramado e Canela, na serra gaúcha:
— O povo não tem acesso (às cidades). Estamos olhando todas as possibilidades: podemos ter uma aeronave maior pousando em Canela, mas a pista não comporta uma eronave maior neste momento. Temos que tratar isso como uma coisa emergencial, um terminal de campanha, e ver várias maneiras para voltar a ter mais acesso de aviação. Tem muito empresário querendo ajudar e começar a reconstruir, mas a segurança é o maior problema que temos nesse momento.
Sobre o atendimento ao cliente, John falou sobre as prioridades da empresa no momento e as medidas que podem ser tomadas por quem tem viagem marcada.
— Estamos priorizando as pessoas com uma data mais curta. Mas precisamos lembrar que, quando abrimos a venda de voos em Canoas, 80% eram pessoas que já tinham um voo marcado e estavam usando em outra data. Por isso, novas vendas no RS são muito poucas, a maior parte está sendo feita para pessoas que já tinham voo marcado — destacou. —Nós demos acesso a Floripa, Caxias, outros aeroportos. Botamos ainda mais voos nestas regiões, então, ligando parta o nosso call center, você pode marcar, mudar data, receber reembolso se precisar, mas estamos tentando fazer tudo pelos clientes que foram afetados — acrescentou.