Marta Sfredo

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A coluna online é um pouco diferente da GPS da Economia, de Zero Hora, que também assino. Aqui, cabe tudo. No jornal impresso, o foco é em análise dos temas que determinam a economia (juro, inflação, câmbio, PIB), universo empresarial e investimentos.

Pressão na dívida
Análise

Haddad confirma mudança na meta fiscal para 2025 e superávit vira miragem

Ministro atribui decisão a demora na aprovação de medidas de "recomposição" de receita, não aumento

Marta Sfredo

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Como disse neste início de tarde de segunda-feira (15) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o comunicado oficial só deveria ter sido feito no final da tarde, depois do fechamento do mercado. 

Mas como a informação havia vazado e já pressionava o dólar, Haddad confirmou: o governo Lula mudou a meta fiscal para 2025. Em vez do anunciado superávit de 0,5% do PIB, agora o que será perseguido é o mesmo deste ano, o déficit zero.

A decisão, segundo Haddad, teria sido provocada pela demora na aprovação de medidas que visavam "recompor" - não aumentar, frisou - a arrecadação federal. Indagado se o governo Lula desistiu de perseguir superávit em seu mandato, o ministro ponderou que "ainda falta 2026". Nas condições do Brasil, superávit em ano de eleições presidenciais é uma miragem de difícil concretização. 

Com a confirmação oficial, o dólar, que já havia atingido a cotação de R$ 5,186 pela manhã, passou dos R$ 5,20. Neste início da tarde, é cotado a R$ 5,205. A bolsa, que vinha se mantendo estável durante a manhã, mas com sinal positivo, virou o sinal sem entrar em queda profunda, ao menos até as 14h40min desta segunda-feira (15).

O bom resultado da arrecadação no início do ano já fez com que o mercado financeiro reduzisse a projeção de déficit para este ano de 0,8% para a faixa de 0,7% - posição mais frequente dos economistas consultados pelo Banco Central para o boletim Focus. Por isso, outra mudança de meta ainda não está esperada para 2024, sob pena de provocar cortes no orçamento.

Na entrevista à Globonews na qual  confirmou a mudança da meta para 2025, Haddad disse as palavras certas - como vêm observando seus interlocutores. Afirmou que a situação deficitária do Brasil não tem contribuído para o crescimento, mas provocado efeito contrário, ou seja, tem reduzido a capacidade do país de crescer. Está corretíssimo, inclusive do ponto de vista do mercado financeiro. Mas nesta segunda, Haddad deu a notícia que provocou profundo desagrado para investidores e especuladores.


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