Se a cotação do petróleo contrariou expectativas e recuou depois do "anunciado" ataque do Irã a Israel, outros preços reagem com mais intensidade ao aumento da incerteza no Oriente Médio e, em decorrência, na economia mundial.
No Brasil, o dólar já abriu em alta nesta segunda-feira (15) e ainda antes do final da manhã atingiu R$ 5,186, ameaçando quebrar a barreira psicológica de R$ 5,20, depois de já ter ultrapassado a de R$ 5,15.
Mas por que duas variáveis cruciais para o preço dos combustíveis no Brasil têm comportamento tão diverso?
Além das diferenças entre os ativos - uma matéria-prima básica e uma moeda que também serve como reserva de valor -, o câmbio varia com mais intensidade devido a outro possível desdobramento de uma eventual ampliação do conflito no Oriente Médio: o adiamento para além do já precificado do início do corte de juro nos Estados Unidos.
Esse cenário será mais provável caso haja aumento de preços de commodities capaz de pressionar a inflação, nesse caso nos Estados Unidos e no mundo. Até agora, nem petróleo nem ouro - outra reserva de valor em tempos de risco - mostraram sinais de alta. O dólar sobe no Brasil, portanto, essencialmente em decorrência do aumento da incerteza.
Não só externa, também interna: além do dólar, os juros futuros estão subindo, conforme analistas também pressionados por informações preliminares de que o governo federal vai mudar a meta de superávit de 0,5% do PIB para 2025 por novo compromisso em torno do déficit zero.