A ameaça real de um ataque do Irã a Israel é o principal elemento de risco que levou o dólar, nesta sexta-feira (12) para perto dos R$ 5,15. Pela manhã, chegou a atingir R$ 5,1477, ou seja, muito perto de R$ 5,15. Foi logo depois que o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, afirmou:
— Continuamos considerando que a ameaça potencial do Irã neste caso é real, é viável.
Acabou fechando em R$ 5,121, resultado de alta de 0,61%. O que está no radar é uma retaliação do Irã ao ataque à embaixada do país na Síria em que morreram generais da Guarda Revolucionária. Caso isso ocorra, estaria formado o temido cenário de ampliação do conflito no Oriente Médio, preocupação que existe o ataque terrorista do Hamas e a reação desmedida de Israel.
E sem tem causas ameaçadoras, o aumento do dólar também teria como consequências o aumento do risco, no Brasil e além. Até porque não é só a moeda americana que sobe. O petróleo também acusa o aumento do temor geopolítico, com alta para o patamar de US$ 90, perto do nível mais alto em um ano.
No Brasil, aumento de dólar e petróleo pode reinjetar combustível na disputa em torno da Petrobras, que na quinta-feira (11) teve nova reviravolta com o afastamento temporário do presidente do conselho de administração da estatal, Pietro Mendes, indicado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Antes disso já havia inquietação com uma suposta falta de repasse da alta internacional do barril para os preços domésticos, que tende a se agravar caso o conflito de fato se amplie.
Outro preço que vem subindo nos últimos dias é o do ouro, que bateu sucessivos recordes neste mês, ainda pressionado pela situação da economia americana. Nesta sexta-feira (12), é negociado em US 2.369 (R$ 12.152 pelo dólar turbinado de hoje), perto da máxima histórica. O dólar já vinha subindo desde a quarta-feira (10), quando a inflação mais alta do que a prevista nos Estados Unidos desmontou expectativas de que o corte do juro por lá demore mais do que o esperado.