Com previsão de inauguração ainda neste primeiro semestre, o Boulevard Encantado, complexo comercial a cerca de dois quilômetros do Cristo Protetor, não terá apenas lojas e restaurantes como atrações para o público. O empreendimento, que recebeu cerca de R$ 50 milhões em investimento, terá a sua "floresta encantada" em uma área de preservação permanente (APP).
O "encantamento" (para a coluna, é) ocupará 7.233 metros quadrados e terá pelo menos seis pontos de contemplação. Uma trilha pela mata nativa interligará cada um dos pontos, onde também será possível acompanhar o curso do riacho que se forma na região e corta o percurso em diversos momentos.
Um estudo técnico realizado entre 2020 e 2021 mostrou que a região está inserida no bioma Mata Atlântica. Para acessar a floresta, um túnel subterrâneo de 20 metros foi construído sob a estrada que liga ao complexo.
O que recheará a "floresta encantada" não são seres míticos, portanto não verdadeiros. Será povoada por espécies de plantas já consideradas em extinção, como é o caso do xaxim, que desde 1990 integra a lista oficial das espécies brasileiras ameaçadas, e que na APP existe em grande quantidade, assim como araucárias. E por animais como o tucano-de-bico-verde, a saí-andorinha, o veado-mateiro e o quati-de-cauda-anelada.
Conforme os administrados do complexo, os materiais e métodos aplicados no local seguem princípios ecologicamente corretos, como estação de tratamento de esgoto e energia fotovoltaica. O Boulevard deverá ter a primeira estação privada de tratamento sanitário do município, sistema de captação da água da chuva e veículos elétricos (tuk-tuks) que farão o transporte dos visitantes ao Cristo Protetor e à lagoa Garibaldi.
— A preservação sempre foi essencial para nós, desde o início do projeto. Cada espaço do complexo foi pensado para otimizar os recursos naturais, porque entendemos a importância de respeitar e proteger a natureza e viver harmoniosamente com ela, permitindo que mais pessoas a contemplem — afirma o diretor-executivo do Boulevard Encantado, Fábio Vitória.
* Colaborou Mathias Boni