O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço
Após apresentar protótipo de ônibus 100% autônomo, em junho a Marcopolo encerra 2023 com o início das operações comerciais de seu veículo elétrico. Diretor de operações comerciais da fabricante gaúcha, Ricardo Portolan, celebra mais um marco para a tecnologia e a indústria automotiva gaúcha e nacional.
O que representa o início das operações com elétricos?
Momento é significativo, histórico para a Marcopolo, para a indústria e para a Prefeitura de Porto Alegre. Vamos iniciar a operação dos nossos ônibus elétricos integrais. É um veículo de transporte urbano 100% elétrico que foi desenvolvido a partir de 2018, quando percebemos que o mercado se encaminhava para o viés da descarbonização e a Marcopolo decidiu abrir uma outra frente de produtos que além da estratégia tradicional de fornecer carrocerias para os diferentes parceiros dos chassis foi desenvolver o produto completo. Ou seja, a carroceria e a eletrificação também são da Marcopolo.
Como foi planejado esse desenvolvimento?
De 2018 a 2020, o produto foi desenvolvido. Em 2021, começaram os testes em 15 cidades brasileiras. Com mais intensidade a partir de 2023 começamos a industrializar o ônibus em escala em série. As dez primeiras unidades seguem em demonstração em 15 cidades. São elas: Angra dos Reis (RJ), Araguari (MG), Brasília (DF), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Goiania (GO), Manaus (AM), Ponta Grossa (PR), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), São Paulo (SP), Santo André (SP) e Vitória (ES). Isso dá uma segurança de provar o produto antes de fazer a aquisição. Em Porto Alegre, demarcamos o início da operação, através da VTC e Nortran.
Qual o real potencial desse mercado?
Há potencial enorme. O movimento de eletrificação acontece em todo mundo. Percebemos oportunidades para entrega de 4 mil ônibus em curto prazo (até 2025). Uma das cidades que pelo tamanho e população é São Paulo que já anunciou a necessidade de colocar no mínimo 2,6 mil ônibus elétricos em operação até o final do ano que vem. Quando se avalia esse volume, mas o que outras prefeituras divulgam como intenção, vislumbramos esse cenário.
Há previsão de investimentos para ampliar capacidade?
Na condição de líderes de mercado, estamos preparados para atender essa demanda no volume que vier. Já estamos produzindo em série, com um primeiro lote de 130 unidades e o volume adicional do ano que vem vai depender da demanda. A produção será nas unidades de Caxias e de São Mateus (ES), onde na semana passada divulgamos um investimento para ampliar essa capacidade de produção e atender a demanda de ônibus elétricos do país. As duas unidades têm condições de atender a demanda do Brasil e do Exterior.
E como estão os planos para as exportações?
Estão no radar e já temos ações similares as que aconteceram aqui e envolvem essa jornada de demonstrar produtos. Não podemos abrir os países, mas o plano é esse, há competitividade em alguns países e noutros dificuldades com a concorrência asiática mais há oportunidades fora do Brasil.
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