Depois da apresentação do plano B do governador Eduardo Leite, de cortar incentivos fiscais caso o aumento da alíquota modal de ICMS não seja aprovado, a Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) vai avaliar o impacto da medida antes de voltar a se reunir com o governador, na sexta-feira (15).
Conforme o plano, haveria redução de benefícios para 60 setores, incluindo cervejas, aves, calçados, máquinas e insumos agrícolas. A intenção de Leite é permitir a análise antes da votação do projeto de elevação do imposto, na próxima terça-feira (19) na Assembleia.
Leite tem sustentado que a elevação da alíquota modal, por afetar apenas um quarto dos produtos gaúchos, teria menor impacto econômico do que a redução dos incentivos. A Fiergs já avaliou que optar entre aumento de ICMS e redução de subsídios é uma "escolha de Sofia".
A disposição de analisar em profundidade o plano B, no entanto, demonstra que a entidade buscar comprovar a tese do governador. Como a coluna já mostrou, a indústria recebe 80% do tipo de incentivo fiscal mais comum, o chamado "crédito presumido" (veja gráfico acima).
Na terça-feira (12) à noite, o atual presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, anunciou formalmente que vai encaminhar os procedimentos de sua sucessão no cargo. Havia um movimento de parte da atual diretoria de estender o atual mandato por mais um ano, como havia ocorrido no ano passado.
Petry avalia que "perdeu" dois anos e 10 meses de seus dois mandatos devido às restrições impostas pela pandemia. Ao que se sabe, o atual presidente chegou a ter simpatia pela ideia de esticar mais um ano, para empatar o jogo, mas acabou decidindo que seria melhor "seguir o regulamento estatutário":
— Será feito um edital, entre janeiro e fevereiro, as chapas serão montadas até março e, em maio, haverá eleição, com posse em julho. Não haverá extensão do mandato. Houve pessoas que achavam interessante, mas informei que iria fazer cumprir o regulamento estatutário.