Depois das de sucessivas surpresas positivas com o PIB, repetidos sinais negativos nas atividades setoriais reforçam as projeções de recuo no resultado do terceiro trimestre.
Desta vez, o sinal veio da pesquisa mensal de serviços do IBGE, que resultou em queda de 0,3% em setembro, e ainda revisou a queda de agosto, que já havia sido de um pesado 0,9% para ainda mais: 1,3%.
A maior queda do segmento ocorreu na divisão "outros serviços", por sua vez puxada por atividades auxiliares dos serviços financeiros, com tombo de 5,2%. A classificação inclui casas de câmbio, serviços de consultoria em investimentos e intermediação de empréstimos, por exemplo.
Com base nesses dados, que fecham o trimestre passado, os economistas voltaram às pranchetas e reforçaram as projeções de queda no PIB do terceiro trimestre, que só será informado oficialmente pelo IBGE em 5 de dezembro.
O economista André Perfeito, com anos de experiência no mercado, afirma que "devemos ter queda no PIB após um primeiro semestre bastante positivo":
— A eventual queda do PIB em ambiente de inflação sob relativo controle e com a perspectiva de cortes adicionais na gasolina sugerem uma Selic mais baixa no ano que vem.
Perfeito é um dos poucos economistas que diverge da estimativa de que o juro básico chegará a um dígito em 2024 e evitou fazer novas projeções para essa variável. E ele não estima quão negativo poderá ser o PIB do terceiro trimestre, mas o XP Tracker, ferramenta de projeções da XP Investimentos, aponta queda moderada de 0,3% ante o período anterior.