O paisito pode ser pequeno, mas tem grandes ambições. De passagem por Porto Alegre, o ministro de Transportes e Obras Públicas do Uruguai, José Luis Falero, avisou que o Aeroporto Internacional de Rivera, resultado de investimento de US$ 12,8 milhões, deve começar a operar em novembro.
Uma das intenções do terminal, que terá uso compartilhado com o Brasil, a poucos quilômetros de Santana do Livramento, é reduzir o custo do comércio com o Brasil e outros países, avançando no "processo de competitividade regional" - quando há colaboração para ganhar terceiros mercados.
Falero esteve na Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), nesta quarta-feira (4) e descreveu o equipamento como uma oportunidade logística para o Rio Grande do Sul. A pista do aeroporto de Rivera terá 1,8 mil metros de extensão e poderá receber aviões de carga entre 25 e 30 toneladas, segundo o gerente de implementação do aeroporto, Maximiliano Lema.
A coluna testemunhou no mês passado o afã de obras no Uruguai: a partir de Rocha, a cerca de 90 quilômetros de outra fronteira, a do Chuí, estende-se uma das mais importantes obras viárias do país, a duplicação da Ruta 9, que chega a Montevidéu, passando por Punta del Este. Foi prioritária porque o trecho entre Rocha e Pan de Azúcar era o que mais registrava acidentes com morte no país. Deve ficar pronta no final do próximo ano, com investimento de US$ 200 milhões. Menos recentemente, a coluna também invejou a construção de uma ferrovia do país vizinho.
Além do aeroporto, uma aposta do Uruguai é o Terminal Multimodal Interior Porto Seco Rivera, que tende a facilitar o transporte terrestre de cargas entre os dois países. Ficará a 5 quilômetros da cidade uruguaia, 12 quilômetros do aeroporto e a 500 quilômetros de Montevidéu.
Estão no radar dos dois países outras obras de infraestrutura, como a nova ponte entre as cidades de Jaguarão e Rio Branco, que entrou no Novo PAC, e o projeto da hidrovia que ligará os dois países pelas lagoas Mirim e dos Patos.