Um antigo sonho do Sul do Estado começou a ganhar contornos de realidade. Ainda não há definição de prazos de execução, mas foi publicado o decreto de concessão da hidrovia da Lagoa Mirim, que inclui o primeiro pedágio hidroviário do país.
A hidrovia mais ao sul do país no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e no Programa Nacional de Desestatização, para que a dragagem e a sinalização de passagem de embarcações sejam feitas por um agente privado.
O decreto 10.865 foi publicado na segunda-feira no Diário Oficial da União. Define que o trecho a ser concedido à iniciativa privada ficará entre o canal do Sangradouro, no extremo norte, e ao canal de acesso ao Porto de Santa Vitória do Palmar, no extremo sul. A intenção é de que a dragagem da Lagoa Mirim faça ligação com a Lagoa dos Patos e integre a hidrovia do Mercosul, considerada prioridade pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
O senador gaúcho Luis Carlos Heinze (PP) é um dos envolvidos nas negociações para a viabilização do projeto. Lembra que a rota é estudada há muitos anos, com conexão com o Rio Tacuarí, no Uruguai, que passa por Cerro Largo, Treinta y Três e Tacuarembó. Heinze pondera que são regiões com potencial de produção agropecuária e florestal de mais de um milhão de hectares. Conforme o senador, a empresa DTA Engenharia Portuária & Ambiental, a maior do setor no país, apresentou Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para realização da obra.
O transporte por hidrovia é capaz de movimentar grandes volumes por longas distâncias com menor custo operacional, maior vida útil da infraestrutura, menor consumo de combustível, menor índices de acidentes, menos emissão de poluentes e, portanto, menor impacto ambiental. Por isso, a coluna é fã de hidrovias, mas lembra que a Lagoa Mirim é mais do que uma "estrada de água", e deseja que o projeto avance com muito respeito pelo entorno, que inclui área de reserva ecológica.