Uma empresa fundada em Porto Alegre em 1924 passou por várias mudanças até fabricar, em Canoas, o equipamento que garante ar fresco em ambientes selecionados do Maracanã.
Como assim? A Springer, que produziu o primeiro ar-condicionado da América Latina, fez primeiro uma parceria com a americana Carrier, que mais tarde se associou à chinesa Midea. Hoje, a empresa que é 51% chinesa e 49% americana segue produzindo, na unidade gaúcha, equipamentos para refrigeração comercial - leia-se hospitais, shoppings, hotéis... e estádios. O feito para o Maracanã foi o maior já fabricado em Canoas.
Conforme o gerente da planta, Ranieri Calza, em Canoas existe também um centro desenvolvimento de produtos composto por um grupo de engenheiros, o que permite adaptar cada equipamento às necessidades dos clientes. domínios são imensos: a área total é de 177 mil metros quadrados, e as instalações industriais e administrativas somam 55 mil metros quadrados. Nos últimos cinco anos, a unidade recebeu investimento de R$ 45 milhões.
Como lida com equipamentos gigantescos, a produção na unidade da Midea-Carrier funciona tanto na forma mais tradicional, em esteira - as peças passam e recebem componentes -, foi desenvolvida também a montagem sobre carrinhos, em que os trabalhadores se movem ao redor da máquina que está em finalização.
E assim como há cuidado na manipulação de elementos cruciais e pesados - como os compressores, por onde circula o líquido ou gás refrigerante -, também é preciso ter atenção com os acessórios. Antes da pintura das molduras do equipamento, as chapas são tratadas com materiais nobres, como zircônio e titânio, para garantir que não vão craquelar.
Os trocadores de calor, peça essencial, são formados por espécies de grandes canudos de cobre e alumínio. Os de cobre são os mais curiosos: parecem grandes mangueiras, erguidas por máquinas, que fazem um balé antes de entrar na linha de produção. Conforme o tipo usado, essa parte do equipamento pode ter durabilidade de 500 a 3 mil horas.