Entre as mais importantes agências de classificação de risco de crédito do mercado, a Moody's elevou a nota de risco (rating) de emissor do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) para A+.br de A.br, com perspectiva positiva (que corresponde a possibilidade de nova melhora da nota).
Conforme o BRDE, o que definiu a revisão para melhor avaliação de risco é a melhora gradual da estrutura de captação e do acesso do banco a recursos de bancos internacionais.
No comunicado ao mercado, a Moody´s reconheceu os avanços da política de diversificação de fundings adotada nos últimos anos, reduzindo a dependência do BRDE de recursos do BNDES.
“A captação via repasses do BNDES e Finame, que em 2017 era de 97% do total do estoque de captações, encerrou o primeiro semestre de 2023 em 78%. O BRDE ampliou as captações no exterior com agências multilaterais, tendência esta que deve se acentuar no futuro, dado que o BNDES já representa menos de 50% dos desembolsos em 2023”, diz o relatório.
Para o diretor de planejamento do banco, Leonardo Busatto, a avaliação positiva da agência de risco, além de comprovar o acerto da política de diversificação das fontes, abre novas possibilidades em termos de parcerias com organismos multilaterais do Exterior.
— A elevação do ranting nos credencia a realizar novas captações em bancos internacionais com os quais já estamos atuando e permite trabalhar com outras instituições. O BRDE poderá incorporar novas linhas de financiamento alinhadas às necessidades dos clientes — observa Busatto.
Das operações feitas no primeiro semestre, os recursos internacionais já responderam por cerca de 23% do total, com volume de R$ 501 milhões. Atualmente, a partir das captações já realizadas com bancos estrangeiros, o BRDE tem R$ 2 bilhões para novos investimentos na Região Sul.
A avaliação da Moody´s destaca também os baixos índices de inadimplência (de 0,6% da carteira de crédito, cobertos pelas reservas de provisão para devedores duvidosos em 297% em junho de 2023), bem como a marca de R$ 16,4 bilhões alcançada em junho deste ano em sua carteira de crédito, o que representa crescimento de 13% em relação ao mesmo período do ano anterior.
*Colaborou Mathias Boni