A tragédia da enxurrada de setembro se ampliou nesta quarta-feira (6), com a triste informação de mais seis mortes em Roca Sales. Com a máxima urgência, ainda é preciso resgatar pessoas isoladas e desabrigadas.
Por algumas semanas, será preciso doar o que for possível (veja como clicando aqui) para ajudar quem perdeu tudo e tem dificuldade até de projetar a própria subsistência futura.
A jornalista que assina essa coluna contempla, desolada, a mensagem recebida por SMS na segunda-feira (4), depois de uma sequência de outros alertas menos dramáticos sobre "temporais, descargas elétricas, eventual queda de granizo, rajadas de vento e chuvas volumosas":
"Defesa Civil:Alerta p/ enxurradas, cheias em arroios, inundacoes gradativas em rios e deslizamentos em regioes declivosas. Val. 24 horas. Emerg. Ligue 190/193."
A ciência evoluiu a ponto de identificar uma tragédia iminente. A tecnologia evoluiu a ponto de avisar muitos cidadãos com alguma antecedência sobre esse risco. Falta a evolução fundamental: usar essas informações para prevenir mortes e perdas que arrasam as perspectivas de futuro de gaúchos e gaúchas. É fácil? Não, não é. Mas chegamos ao ponto em que essa missão é incontornável.
E não é só uma tarefa de governo, seja federal, estadual ou municipal. É uma dívida que a sociedade gaúcha tem com as pessoas que perderam a vida em tragédias provocadas por "fenômenos naturais" - que se agravam por ação humana.
Órgãos de governo e instituições são testados ao limite diante de uma emergência do tamanho da que se impôs no Estado. Heróis anônimos fazem o que podem para salvar o vizinho, o desconhecido, quem puderem resgatar. É preciso reconhecer e agradecer todo esse esforço.
Mas a ciência também evoluiu a ponto de nos advertir que, tragicamente, eventos como a enxurrada de setembro podem se repetir com mais frequência. Por isso a prevenção se tornou incontornável. Não faz sentido investir para ter dados, informações e cenários bem traçados se todo esse aparato não nos ajudar a socorrer as pessoas antes que seja tarde demais.
Sim, a coluna já pediu, mas nunca é demais reforçar: por favor, se puder, ajude as vítimas da enxurrada no Rio Grande do Sul. Clique aqui para saber como.