O lançamento - e o sucesso de bilheteria - do filme Barbie, acabou virando um gatilho de "consumo rosa" e, em consequência, aliado do varejo brasileiro em tempos difíceis.
Levantamento da plataforma de e-commerce Nuvemshop feito em julho mostra que pequenos e médios negócios digitais venderam cerca de 120 mil produtos classificados como "rosa", 39% acima dos 89 mil do mesmo mês de 2022. Para os cadastrados como "pink" (o nome da cor é escolha do comerciante), o salto nas vendas foi de 96%.
Claro que houve percepção da oportunidade: de 1º a 19 de julho, o cadastro de itens com a cor rosa na plataforma aumentou 20% em relação a igual período de 2022. Entre os produtos rosa mais vendidos estão acessórios, como brincos, tiaras e bolsas, e roupas, com vestidos, jaquetas e saias.
A jornalista que assina esta coluna circulou rapidamente por um shopping no dia da estreia do filme (20) e constatou o fenômeno: rosa ou pink predominavam nas filas para ver o filme. Claro, podem ser peças já existentes, mas é inevitável constatar que há muitos anos uma obra do cinema não tinha um marketing tão eficiente - parte provocado, parte espontâneo.
E se é bom para o comércio, é bom para o cinema enquanto produção artística. Não exatamente pelos mesmos motivos, mas por ressignificar a ida às salas escuras, hábito que já minguava e quase definhou na pandemia. Como obra, Barbie pode não ser um Oppenheimer, mas já prestou sua contribuição para o resgate da mística da que já foi chamada de sétima arte.
* Colaborou Mathias Boni