A Equatorial, que arrematou a área de distribuição da CEEE em 2021, agora avalia a compra de outra companhia de eletricidade em perigo: a Light, do Rio de Janeiro.
Depois de especulações de mercado, a companhia confirmou a intenção em nota, afirmando que "tem avaliado os ativos do grupo Light dentro do processo natural de avaliação de oportunidades conduzido pela Equatorial".
No entanto, afirma que, até agora, "não houve e não há nenhuma negociação em curso". Lembra, ainda, que seu "modelo de negócios é pautado na busca de novas oportunidades, de forma que é algo natural, no dia a dia da Companhia, analisar constantemente ativos em seus diversos segmentos de atuação, especialmente distribuição de energia" e que "muitos dos ativos avaliados não resultam em negócios fechados".
A Equatorial é uma empresa especializada no chamado "turnaround", ou seja, uma reestruturação capaz de transformar operações com prejuízo ou endividadas em negócios rentáveis.
A Light pediu recuperação judicial (RJ) para dívidas de R$ 11 bilhões, que foi aceita pela Justiça em 15 de maio. Conforme a empresa, uma das causas do elevado endividamento o alto índice de furto de energia no Rio de Janeiro, os famosos "gatos", além da redução no consumo de energia elétrica e até a pandemia.
A Light, uma das primeiras empresas de iluminação do Brasil, com 120 anos de história, é uma empresa privada. O principal acionista é Ronaldo Cezar Coelho, com cerca de 20% das ações, e a segunda maior fatia é de Carlos Alberto Sicupira, um dos sócios do 3G Capital, por sua vez dona da maior participação na Americanas.
Por incrível que pareça - considerando o tamanho da dívida e os problemas que precisam ser resolvidos -, deve haver disputa pela Light. Um conhecidos investidore em empresas inadimplentes, Nelson Tanure, já comprou no mercado cerca de 10% das ações da elétrica, aproveitando-se da queda que se seguiu à recuperação judicial. Circula a informação de que estaria disposto a investir mais R$ 1 bilhão na companhia endividada.