Todo o debate sobre o avanço dos sistemas de inteligência artificial (AI, na sigla em inglês) passa pelas atividade e pelo número de profissionais que serão afetados.
Um estudo feito por pesquisadores da própria OpenAI - empresa responsável pela ferramenta ChatGPT, e seus irmãos ainda mais espertos -, com a Universidade da Pensilvânia projeta forte impacto.
Publicado em março pelo jornal The Wall Street Journal, o levantamento analisou o mercado de trabalho americano e mostrou que ao menos 19% dos profissionais podem ter mais da metade do seu trabalho impactado pela tecnologia. Outros 80% podem ter, pelo menos, 10% de suas tarefas afetadas.
Entre cerca de mil cargos analisados (1.016), os mais expostos à automação - o que significa que podem ser substituídos pelas máquinas "inteligentes" - estão matemáticos, contadores, escritores, designers e jornalistas. Outra constatação é de que profissionais com menos anos de estudo, como cozinheiros, mecânicos e trabalhadores do setor de óleo e gás têm menor risco de impacto.
O estudo indica ainda que plataformas de AI, como ChatGPT-4 e softwares que incorporam essas ferramentas podem reduzir em até 50% o tempo de conclusão de uma tarefa. Quanto maior a exposição, é ampliada a possibilidade de a AI reduzir o tempo das tarefas ou até mesmo que as máquinas realizem a atividade com "maior qualidade". Por outro lado, os que não têm exposição são aqueles nos quais a mudança é quase imperceptível.
"Nossa análise sugere que indivíduos com bacharelado ou mestrado são mais expostos à inteligência artificial e softwares que utilizam essa tecnologia em comparação com aqueles que não possuem credenciais acadêmicas", diz um dos trechos mais espantosos do estudo.
Para definir um padrão de tarefa para cada profissão, foi selecionado um banco de informações que fornece detalhes sobre cada área. Os pesquisadores fizeram uma divisão de seis grupos na análise: dois gerais, um de humanos e outro de modelos de linguagem que executam tarefas. O estudo completo pode ser acessado aqui.
Confira o grupo de humanos mais afetados pela AI (% de exposição)
Grupo Humano A*
Intérprete e tradutor | 76,5%
Pesquisador de opinião | 75%
Poeta, compositor e escritor criativo | 68,8%
Cientista veterinário | 66,7%
Especialista em relações públicas | 66,7%
Grupo Humano B**
Pesquisador de opinião |- 84,49%
Redator e autor | 82,5%
Intérprete e tradutor | 82,4%
Especialista em relações públicas | 80,6%
Cientista veterinário | 77,8%
Grupo Humano C**
Matemáticos | 100%
Analistas financeiros | 100%
Redatores e autores | 100%
*Há outras 15 profissões classificadas como "totalmente expostas"
(*) exposição ao GPT
(**) exposição a softwares que usam GPT
* Colaborou Camila Silva