Embora tenha fracassado a tentativa de mediação da Justiça gaúcha entre a Aegea, que venceu o leilão de privatização da Corsan, e o sindicato da categoria dos trabalhadores em saneamento, o Sindiágua, as duas partes dizem que estão abertas a manter a negociação.
A Aegea já havia dado esse sinal, e a representação dos trabalhadores repete a fórmula. No entanto, há um impasse aparente: a entidade que representa os trabalhadores diz que não abre mão das ações judiciais que contestam o leilão de privatização.
— Na visão da assembleia de sexta-feira passada (2), a negociação tem de continuar. Para nós, a Aegea estabeleceu uma condição impossível de ser cumprida, que desistamos de todas as ações contra a privatização. Essa é uma coisa que não faremos — avisa Arilson Wünsch, presidente do Sindiágua.
Conforme o dirigente da entidade, há interesse de continuar discutindo os direitos dos trabalhadores, aposentados e pensionistas:
— A lógica é a da garantia de emprego e manutenção da nossa fundação, principalmente para quem já está aposentado. Esse custo foi descontado do preço mínimo do leilão e, para nós, é sagrado.
O que fica pendente, de qualquer forma, é a posição do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que havia condicionado a transferência da Corsan à Aegea à abertura do diálogo com os trabalhadores. Agora, o TST terá de avaliar se a sua condição para chancelar o resultado do leilão foi ou não cumprida.