O dirigível que vai sobrevoar Porto Alegre durante o South Summit está chegando. O objeto voador bem identificado pode aparecer nos céus da Capital ainda no final de semana, ou no máximo até segunda-feira (27). A data exata depende da meteorologia.
No trajeto de São Carlos (SP) até a capital gaúcha, o dirigível atraiu atenções, como ocorreu em Ponta Grossa (PR), um dos primeiros pontos de parada para pernoite. Em Porto Alegre, a aeronave vai passar as noites no Aeroclube de Belém Novo.
A coluna informou, no início do mês, que o dirigível foi contratado pelo Sistema Fetransul para "mostrar como o transporte impulsiona o mundo e a inovação" (foco do South Summit). O presidente da entidade, Afrânio Kieling, vem acompanhando a primeira viagem comercial da aeronave ADB-3-3, construída pela Airship do Brasil, integrante do Grupo Bertolini, com sede em Bento Gonçalves.
— Até bombeiro a população chamou, porque não sabia o que era — relata Kieling sobre as aventuras da equipe que saiu do interior paulista já cruzou o Paraná e Santa Catarina.
Fotos do dirigível também apareceram nas redes sociais dos habitantes dos locais por onde a aeronave passou. Como disse à coluna o presidente da Airship do Brasil, Paulo Caleffi, o trabalho para desenvolver a aeronave começou com uma pesquisa sobre os motivos da desaparição dessa alternativa nos céus. O principal é o incêndio do Hindenburg, durante um voo com passageiros sobre New Jersey (EUA), em 1937. Com novas tecnologias, relatou Caleffi, há várias iniciativas para retomar projetos em todo o mundo. A Airship quer sair na frente.
Como surgiu o dirigível "gaúcho"
Como a coluna relatou, o projeto nasceu em 1994 e exigiu investimento de R$ 100 milhões da Airship do Brasil, empresa ligada à Transportes Bertolini, com sede em Manaus (AM), mas integrante do grupo de mesmo que tem sede no Estado e atua em mobiliário. A iniciativa foi de Irani Bertolini, que buscava um equipamento aéreo que atendesse às necessidades da Amazônia.
O tamanho: tem 46 metros de comprimento (o equivalente a quase meia quadra)
Capacidade atual de carga: uma tonelada
Capacidade de transporte de passageiros: cinco pessoas, além do piloto
Capacidade de carga ambicionada: 30 toneladas
Para que serve: neste momento, tem licença apenas para expor publicidade (caso da viagem que faz a Porto Alegre), mas no futuro quer ser um meio de transporte de carga
O que usa para flutuar e se mover: para subir e descer, usa gás hélio, que não é inflamável. Esse gás enche o "envelope", que tem outros dois balonetes. Quando se inflam, comprimem o hélio e o dirigível sobe, quando são esvaziados, o hélio se expande e o dirigível sobe. O motor para locomoção é abastecido a querosene de aviação.
Leia mais na coluna de Marta Sfredo