Em 2022, o CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, não pôde vir ao South Summit porque tinha, na mesma data, um compromisso com o Rock in Rio — para o qual a indústria de raiz gaúcha fez um palco de aço. Neste ano, fez questão de estar em Porto Alegre, mesmo tendo de acomodar outro compromisso "pop", com The Town, outro festival de música, este em São Paulo.
Por que você fez questão de estar no South Summit?
Porque é um evento imperdível e a gente tem de participar. É importante não só para o Rio Grande do Sul mas para o Brasil. Foi um marco para criar uma informação mais coletiva, mas também para deixar claro que não se trata de inovar por inovar. Não são só as buzz words, aquela fantasia. Existem dificuldades, desafios. Então, é importante porque discute conceitos e metodologias que possam ser de fato aplicados nas empresas.
Como a Gerdau se relaciona hoje com a inovação?
Começamos esse processo há uns oito anos e a gente errou muito no começo. Não dá pra achar que tudo são flores, que a gente sempre acerta. Pelo menos nos primeiros dois ou três anos, a gente teve muita dificuldade. É preciso dizer que não é tão fácil assim, precisa de muita disciplina. Casar o mundo tradicional de empresas da velha economia com o mundo mais cool da nova economia é quase uma alquimia.
Que aprendizados você pode compartilhar nesse processo?
Posso dar duas dicas, sempre lembrando que são para as empresas tradicionais. O primeiro ponto é que nenhuma empresa deve subestimar o poder da cultura. As empresas que não criarem cultura de tolerância ao erro, de colaboração, de ego baixo, de escuta genuína, de deixar as pessoas participarem, contribuírem, a inovação não acontece. É muito importante que as empresas melhorem sua performance para dedicar recursos aos novos negócios. Encontrar o equilíbrio é muito importante, porque é o negócio tradicional que vai financiar os novos negócios.
Como a Gerdau se relaciona com startups?
Hoje, a Gerdau é uma empresa muito diferente do que era, é uma plataforma absolutamente aberta. Temos relações com milhares de startups no mundo para resolver pequenos problemas do dia a dia. Já a Gerdau Next está criando novos modelos de negócio para resolver os grandes problemas. Então, agrega não só startups, mas toda uma estrutura para nos ajudar a encontrar novas soluções.
Vocês têm modelos diferentes de relações?
Exatamente. Eu respondo pessoalmente o LinkedIn, é uma ferramenta de conexões. Recentemente, recebi um contato de uma pessoa de Minas que queria saber como criar uma plataforma de queijos artesanais. Não tem relação direta com a Gerdau, mas é em Minas, onde temos muitos negócios.
Teremos queijos Gerdau?
Ainda não (risos), é só para mostrar que não estamos focados só no aço. Nós queremos ser protagonistas na solução dos problemas da sociedade. Se estão relacionados a problemas sociais, de empreendedorismo, à pandemia, se for o caso, a Gerdau estar lá.