O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço
Apesar da entrada massiva dos novas formas de pagamento – principalmente a partir da pandemia, como é o caso do Pix –, um velho e até mesmo temível conhecido dos brasileiros: boleto bancário, não perde o seu espaço. É que o número de emissões nos últimos quatro anos não parou de crescer e bateu recorde histórico em 2022.
Segundo a Nuclea, provedora de infraestrutura tecnológica de pagamentos para o ecossistema financeiro, no ano passado foram emitidos 7.696.919.681 documentos, aumento de 24,76% em comparação a 2019.
– O boleto não vai acabar, porque existem outras funções agregadas a seu uso tradicional. Além de ser um instrumento de pagamento, serve como garantia para crédito, atua como centralizador em toda relação mercantil (como abatimentos e descontos) e já está integrado com os sistemas financeiros das empresas, como ERP – explica Leonardo Ribeiro, superintendente de negócios da Nuclea.
De acordo com Ribeiro, por essas características, o boleto ainda é muito utilizado, por exemplo, nos setores de indústria e serviços e apresenta duas grandes soluções. A primeira está na identificação, cobrança e gestão de risco. Outra é a de carregar o perfil do pagador e do emissor, conseguindo analisar, pelos boletos pagos por uma instituição e por amostra, se o pagador costuma quitar suas dívidas em dia, ou com atrasos.
A região Sudeste foi a que mais emitiu e recebeu boletos em 2022, somando 66,71% e 48,08% das unidades no período, respectivamente. No outro extremo, o Norte concentra 1,53% e 5,63%.
Bolepix vem com tudo
A tendência, explica Leonardo Ribeiro, é que o mercado se encaminhe para o chamado "bolepix". Por este modelo, o boleto, passa a contar, não apenas com um código de barra como forma de pagamento tradicional, mas com um QR Code, para pagamento por Pix, liquidado pelo Banco Central (BC).
Tanto no pagamento do boleto, em si (código de barra) quanto no do Pix (QR Code) os bancos e emissores serão informados imediatamente do pagamento, com agilidade e segurança.
Outra novidade que está sendo avaliada pelo BC é o serviço de Registro de Duplicatas, que está em operação pela Nuclea. Isso evitará que um mesmo título seja negociado por mais de um banco, reduzirá custos e aumentará a segurança na concessão de crédito.