Um pedido de proteção contra credores nos mesmos moldes do feito pela Americanas em 13 de janeiro, pouco antes do pedido de recuperação judicial fez as ações da Oi despencarem 30,5% na quinta=-feira (2). Nesta sexta (3), os papéis da companhia de telecomunicações até esboçam reação, ínfima perto das perdas da véspera, ao redor de 2%.
O pedido de proteção foi concedido pela Justiça na noite de quinta (2), e agora a empresa negocia um aporte de capital estimado em R$ 1 bilhão - modesto para a estimativa de dívidas de R$ 29 bilhões.
A Oi ocupa o segundo lugar entre os maiores pedidos de recuperação judicial já feitos no Brasil - de R$ 65 bilhões, atrás apenas da Odebrecht, com R$ 98,5 bilhões. O processo havia sido encerrado em 14 de dezembro passado, ou seja, há cerca de um mês e meio.
Durante o processo, a Oi vendeu vários negócios e se concentra, hoje, na empresa de rede neutra (sem ligação com operadoras) V.tal e em ativos de fibra ótica da ClientCo - a nova companhia remanescente.
Um dos motivos da atual crise é exatamente a venda das operações de telefonia móvel, comprada por Claro, TIM e Telefônica. O valor acertado foi de R$ 16,5 bilhões, mas as operadoras não completaram o pagamento de R$ 1,44 bilhão porque questionam um valor de R$ 3,18 bilhões na quantia combinada.
No mercado, além da preocupação com a Oi, existe certa tensão com o formato do pedido de proteção contra credores, usado duas vezes em menos de um mês. É considerado um precedente que pode elevar o risco de crédito e, consequentemente, o custo. E já vem sendo chamado de "pré-RJ" - um mecanismo que não existia até agora.