Embora não seja unânime, a retomada da Ceitec traz boas expectativas ao menos para do ecossistema de inovação gaúcho.
À coluna, o superintendente de inovação da PUCRS, Jorge Audy afirmou que o Tecnopuc tem uma visão "muito favorável" em relação a todos os setores da indústria de semicondutores e reconhece a importância da Ceitec na produção de chips.
— A Ceitec foi fator decisivo para atração de grandes empresas internacionais da cadeia de valor de semicondutores para Porto Alegre e para o Estado — pondera Audy, que atuou nesse processo enquanto esteve à frente do TecnoPUC.
Audy ressalta que esse movimento foi a alicerçado na "qualificada formação acadêmica" de profissionais em universidades de alto nível, como UFRGS, PUCRS, UFSM, Unisinos e UCS. Conforme à coluna antecipou, em reunião com Gabriel Souza, vice-governador do Estado, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, afirmou que a revogação da extinção da Ceitec deve ser concretizada até o final deste mês.
— É importante a presença desta planta piloto no Brasil e mais especificamente em Porto Alegre, que permitiu ao longo dos anos, apesar de todas as controvérsias, gerar resultados relevantes — afirma o especialista, um dos pioneiros em iniciativas como o Pacto Alegre.
A situação atual da Ceitec
Conforme a coluna registrou, o processo de desestatização da Ceitec está travado no Tribunal de Contas da União. Na época, o então secretário de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, afirmou que o motivo da paralisação não são as irregularidades apontadas por técnicos do TCU ainda em 2020, mas o terreno na Lomba do Pinheiro onde a empresa foi construída. O espaço não é federal e nem faz parte dos ativos da companhia. Foi cedido por um agente privado à prefeitura de Porto Alegre, que agora contesta a titularidade da União.
* Colaborou Camila Silva