O Refúgio Ecológico Pedra Afiada é um dos pioneiros em oferecer hospedagem na região dos cânions. Criado em 2001, o empreendimento tem localização privilegiada, em pleno cânion Malacara, no limite entre o Parque Nacional Aparados da Serra e o Parque Nacional da Serra Geral.
Ana Cláudia Aveline e Jean Perrot foram os fundadores do refúgio. A ideia veio depois de o casal ter experiência de alguns meses em um parque nacional na Austrália. Quando voltaram a Porto Alegre, onde moravam, decidiram se dedicar ao turismo sustentável e à conservação dos parques nacionais da região dos cânions entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
— Primeiro, abrimos uma agência de turismo, em 1998, levando visitantes até os cânions. Com o tempo, vimos que precisávamos abrir um lugar na região para receber os turistas com mais estrutura, então criamos esse refúgio para quem quer entrar em contato com a natureza incrível que existe aqui nessa região tão especial, onde tem essa sequência maravilhosa de cânions — destaca Ana Cláudia.
O refúgio hoje ocupa área de 32 hectares de Mata Atlântica nativa. No terreno, existem várias cachoeiras e trilhas que os visitantes podem seguir, incluindo a do cânion Malacara, que começa dentro da propriedade.
A trilha do Malacara, que leva cerca de três horas, segue o leito do rio até chegar a um poço no meio do cânion. É um pouco mais leve do que a famosa trilha do Rio do Boi, distante cerca de 14 quilômetros da propriedade, que passa em meio ao cânion Itaimbezinho, e tem duração aproximada de oito horas.
— Para quem nunca visitou a região dos cânions, indicamos o seguinte: um passeio na parte de cima, para ter uma visão contemplativa, e um dentro dos cânions, para ter uma visão interativa, porque você segue a trilha pelo leito do rio e entra mais em contato direto com a natureza, molhando os pés, passando por cachoeiras, cruzando o rio algumas vezes, vendo a fauna mais de perto, até chegar bem aos pés dos paredões — explica Ana Cláudia.
O refúgio oferece passeios guiados nos cânions, pois toda a visita nas trilhas dos parques nacionais precisa ser conduzida por profissionais autorizados. Os hóspedes também podem aproveitar outras atividades de lazer, como rapel, arvorismo, tirolesa, mirantes, banho de cachoeira e passeio de quadriciclo.
Outra opção para os que não têm medo de altura é fazer um passeio de balão entre os cânions. Um dos pontos mais tradicionais de balonismo no Rio Grande do Sul e no Brasil, a região recebe entre 10 e 30 voos de balão a cada dia, segundo Ana Cláudia.
— Os balões voam o ano inteiro, sempre que o clima permite. Deixam a visita à região ainda mais atrativa, tanto para quem vai andar mesmo de balão, quanto para quem só fica observando a vista dos balões entre os cânions — afirma.
Além dos quartos de hospedagem, a pousada recebe visitantes que desejam apenas passar o dia, para fazer as trilhas da região ou desfrutar das atividades realizadas na propriedade. A Pedra Afiada ainda tem restaurante, que serve almoço, jantar, e faz happy hours no final da tarde. Mesmo quem não quer fazer trilhas ou atividades mais radicais, pode degustar aperitivos e a vista dos cânions possível de vários ângulos no local.
— Temos ar puro, silêncio, céu estrelado e contato direto com a natureza, fundamentais para o ser humano mas que, pelo estilo de vida acelerado das grandes cidades, acabamos deixando de lado. A gente resgata tudo isso aqui, por isso chamamos de refúgio. São riquezas inestimáveis, às vezes a gente esquece do valor que têm — complementa Ana Cláudia.
Serviço: o Refúgio Ecológico Pedra Afiada fica cerca de 225 quilômetros de Porto Alegre. O acesso é pelo município catarinense de Praia Grande. As diárias variam de R$ 690 a R$ 2.090 para casal. O custo para passar o dia depende das atividades escolhidas. O valor para fazer a trilha do cânion Malacara é de R$ 90, o do rapel,R$ 180, o da tirolesa, R$ 60, do o tour 4x4 no Itaimbezinho, R$ 240. O voo coletivo de balão nos cânions sai por R$ 580.
Essa seção inclui experiências acumuladas ao longo da pandemia e sugestões de leitores. Quem quiser indicar pequenos negócios que se tornam grandes passeios pelas atrações que oferecem, podem mandar pelos e-mails marta.sfredo@zerohora.com.br e mathias.boni@zerohora.com.br, ou deixar aqui nos comentários.
* Colaborou Mathias Boni