Primeiro nome a ser cotado para o recriado Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, voltou a ser opção para ocupar a pasta.
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, está encontrando problemas para definir o nome que considera ideal, porque empresários que receberam convites recusaram o cargo.
Lula tentou escalar Jackson Schneider, CEO da Embraer Defesa e Segurança, que atuou no grupo temático do segmento, mas ouviu o primeiro "não". Depois, buscou Josué Gomes, filho de seu vice, José de Alencar. O herdeiro do grupo Coteminas - uma das maiores indústrias têxteis do país, que produz marcas como Artex e Santista -, que preferiu defender a presidência da Fiesp recentemente conquistada das tentativas de derrubada do adversário e ex-presidente Paulo Skaf.
Outra tentativa foi feita com Pedro Wongtschowski, presidente do conselho de administração do Ultra, dono da rede de postos Ipiranga. O empresário fez parte da equipe que assessorou Simone Tebet na campanha presidencial e seria um representante da frente ampla que apoiou Lula no segundo turno, mas declinou. Mesmo na atividade corporativa, Wongtschowski tem baixíssimo perfil, e preferiu seguir assim.
A decisão pode estar ligada à situação desconfortável da própria Simone, que gostaria de assumir o Ministério do Desenvolvimento Social, mas enfrenta resistências do PT, que quer a pasta que deve abarcar o Bolsa Família. O núcleo mais próximo da ex-candidata está inconformado com o constrangimento que enfrenta a aliada mais ativa de Lula no segundo turno. A mais recente tentativa de afastá-la do Bolsa Família é a versão de que poderá ser ministra do Meio Ambiente, com Marina Silva, nome mais óbvio para o cargo, candidata à presidência da Câmara - o que Marina já negou.
Nesse cenário, o nome de Alckmin voltou a ser a opção menos petista para um ministério que terá papel de interlocução com o empresariado. Pessoas próximas do vice-presidente eleito desestimulam a especulação, mas as opções estão se estreitando. Há alternativas, claro, como Mauro Borges, que comandou o Mdic no final do primeiro mandato de Dilma, mas sua identificação com o PT, nesse caso, reduz suas chances.