Desde que ouviu a provocação do empresário Jorge Gerdau Johannpeter sobre o fato de Porto Alegre ocupar a penúltima posição entre as capitais no ranking do Ideb de 2019, a coluna tentou ouvir a Secretaria Municipal de Educação.
Demorou um pouquinho, mas a secretária Sônia Maria Oliveira da Rosa, empossada em março, manifestou-se sobre o problema e a busca de soluções.
— É verdade, a secretaria reconhece que estamos com déficit grande em relação a outras capitais do país, os números estão dizendo isso — afirma.
Para melhorar a posição de Porto Alegre no Ideb, Sônia afirma que a Secretaria Municipal de Educação já traçou um plano de ação. A principal estratégia será um novo programa de alfabetização que será apresentado no dia 7 de novembro e aplicado a partir de 2023:
— A primeira estratégia que pensamos é organizar um forte programa de alfabetização. Agora em novembro lançaremos esse novo programa de mobilização social e alfabetização, envolvendo escolas, famílias, poder público, universidades, todos mobilizados em torno desse objetivo.
O programa terá parceria de organizações externas, como Fundação Lemann, Instituto Natura e Fundação Jacobs, que poderão aportar até R$ 2,5 milhões. A consultoria pedagógica será do Instituto Gesto. Outra proposta para 2023 é ampliar o Programa de Correção de Fluxo, apresentado em maio, com foco na atenção a estudantes que repetiram de ano mais de uma vez.
Para aprimorar a formação de professores e gestores escolares com indicadores atualizados e soluções mais efetivas, a secretária destacou a implementação da plataforma Cortex para ajudar na gestão da educação na Capital, em parceria com o Movimento Brasil Competitivo que tem Gerdau na direção.
O próximo ranking do Ideb será apresentado em 2023, seguindo a série histórica a cada dois anos. Veremos Porto Alegre mais à frente na próxima avaliação?
— É o que mais queremos. Temos expectativa de ganhar posições no próximo ranking, há todo um planejamento para isso, e inclusive para já deixar um caminho a seguir para as próximas gestões, atacando também a falta de continuidade na área, para que Porto Alegre possa finalmente romper esse ciclo — afirma.
A secretária também afirmou que os números do ranking de 2019 são os utilizados como principal parâmetro para traçar as novas estratégias para a área, em razão do índice ter sido estabelecido antes da detecção dos primeiros casos de covid-19 no Brasil. Na avaliação de 2021, realizada já em meio à pandemia e seus impactos no ensino, Porto Alegre não entrou no ranking, pois o número de alunos estudando presencialmente naquele momento na cidade não atingia o índice mínimo para participar do levantamento.
E por que a coluna de economia dedica espaço à educação? Porque que há algo em que concorda 100% com Gerdau é que sem educação não há produtividade. Sem produtividade, não há crescimento. E sem educação, produtividade e crescimento, não há futuro.
* Colaborou Mathias Boni