Na reta final da campanha, ainda sob intensa pressão por definições da chapa Lula-Geraldo Alckmin sobre economia, o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deu entrevista à Globonews em que deixou aberta a possibilidade de ir para o ministério em caso de vitória do candidato que passou a apoiar em meados de setembro.
Perguntado sobre a hipótese de voltar ao Ministério da Fazenda, Meirelles usou a fórmula "não me pronuncio sobre possibilidades", mas admitiu que vai analisar os desdobramentos. Citou seus compromissos atuais - integra o conselho consultivo global da Binance, uma corretora de criptomoedas - mas ao contrário da primeira vez em que foi indagado, não disse que estava focado nesse papel.
Ao ser cobrado, também, por definições da campanha, o ex-ministro citou o valor de R$ 400 bilhões estimado para o rombo do orçamento de 2023. Mais tarde, confirmou essa avaliação no Twitter.
Diante dessa magnitude, afirmou, será difícil de escapar de algum tipo de "waiver" (perdão, licença) ao teto de gastos ao longo do próximo ano. Mas deixou claro que essa seria uma exceção, não a regra, e que uma vez reequilibrado o orçamento, será preciso retomar os limites. Também afirmou que esse "waiver" não equivaleria a uma "licença para gastar": seriam excetuadas apenas despesas incontornáveis, já contratadas neste ano.
Depois de ter dado pistas sobre a condução da economia em um jantar em Porto Alegre na semana passada, o candidato a vice, Geraldo Alckmin, publicou nesta segunda-feira (24) um "fio" (conjunto de várias postagens no Twitter) para tentar esclarecer as intenções nessa área.
Não foi exatamente um detalhamento, mas uma nova declaração de intenções. Os pontos que Alckmin fez questão de abordar foram:
- Competitividade, para reduzir o custo de produção.
- Incentivar indústria, emprego e renda.
- Desburocratizar e digitalizar, com investimentos em infraestrutura e logística, enfrentando os gargalos do escoamento da produção.
- Acordos internacionais que abram o Brasil "à liquidez do mundo", pautados na nova lógica da sustentabilidade.
- Melhorar a aprendizagem dos jovens, por meio de educação de qualidade, do ensino infantil, fundamental ao acesso ampliado a institutos federais, ensino técnico e superior, promovendo a empregabilidade.
Chancelou, ainda, o "novo tripé", antecipado à coluna por um dos formuladores do plano: o CEP, de credibilidade, estabilidade, previsibilidade. E assumiu o compromisso de fazer a reforma tributária, substituindo cinco impostos sobre o consumo por um único, o IVA.