Na sexta-feira, um negócio multibilionário começou a tomar forma: a Cosan comprou 4,9% das ações da Vale e anunciou que pretende ampliar sua participação para 6,5%. Coisa pouca? Essa "pequena parcela" da mineradora equivale a R$ 22 bilhões.
O valor de mercado da Vale até sexta-feira (7) era de R$ 360,85 bilhões. O da Cosan, menos de um décimo disso, mas ainda gigantesco: R$ 31,2 bilhões, com negócios nas áreas agrícola (Rumo), de óleo e gás (Raízen e Compass), de energias renováveis (Raízen) e de créditos de carbono (Raízen e Radar). A Compass, o braço de gás, comprou a Sulgás há quase um ano, em outubro de 2021.
A Cosan já tinha uma pequena participação na Vale desde 2019, quando comprou a parte da Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) na mineradora. Como a Vale é uma corporation (empresa com ações pulverizadas no mercado, sem um controlador definido), mesmo essas aquisições que representam menos de 10% são monitoradas com atenção, por representar certa concentração.
Como a coluna havia relatado, a Compass terá de vender algumas das distribuidoras de gás que acumulou por ter comprado também a Gaspetro, que pertencia à Petrobras, hoje rebatizada de Commit. O presidente da Cosan, Luis Henrique Guimarães, acabou confirmando o que se esperava: a paulista GasBrasiliano e a a gaúcha Sulgás (RS) são prioridades entre as sete que pretende manter.
A Compass já vendeu as fatias que tinha na Bahiagás (41,5%), a PBGás (41,5%) e Cebgás (32%), do Distrito Federal, além de reduzir seu percentual na Algás (de 41,5% para 29,4%) e da Cegás, do Ceará.