No dia em que o Banrisul divulgou seu resultado do segundo trimestre, 28% abaixo de igual período de 2021 e 38,8% acima do primeiro trimestre, a coluna quis saber qual é a posição do banco sobre a possibilidade de oferecer empréstimo consignado para beneficiários do Auxílio Brasil.
Não vamos operar foi a resposta do presidente da instituição, Claudio Coutinho, repetindo posicionamento de grandes bancos, como Bradesco e Itaú.
— Esse público é formado por pessoas vulneráveis. Não dá para onerar com juro o pagamento de um auxílio para que possam se alimentar. Socialmente, não é a melhor alternativa, preferimos não participar disso — ponderou Coutinho.
A coluna quis saber se a decisão é baseada no maior risco de emprestar a essa faixa de renda, o presidente do Banrisul negou. Insistiu que não é por temer inadimplência, mas por realmente não ser um instrumento adequado a essa população.
Também chamou atenção da coluna o aumento de 26,9% nas operações de crédito comercial pessoa jurídica em relação ao mesmo trimestre de 2021, especialmente por ser em um período de juros altos. O banco informou que o total de abril a junho alcançou R$ 7,9 bilhões, o que reflete, especialmente, aumento das linhas de capital de giro, com destaque para as com Fundo Garantidor para Investimento (FGI), do BNDES.
— O Banrisul é hoje um dos maiores repassadores de FGI no Brasil. Trata-se de uma garantia, que amplia o limite do cliente e facilita aprovar o financiamento. No rural, também estamos usando muitas linhas do BNDES, nesse caso para funding (origem dos recursos emprestados). Antes, o Banrisul não olhava para isso, ficava na mesa.