Com quatro fábricas no Brasil, a Tintas Renner vai investir cerca de R$ 10 milhões em sua unidade gaúcha, em Gravataí. É a única planta da marca, controlada pelo grupo americano PPG, de produtos para pintura de casas e prédios no Brasil.
Conforme Marcelo Diniz Carneiro, diretor-geral para a América do Sul da Tintas Renner by PPG, o foco do investimento não é ampliar a capacidade, mas aumentar a eficiência e incluir novas tecnologias nos produtos.
A PPG é a quinta maior fornecedora de tintas e revestimentos do mundo. Além da unidade de Gravataí, tem outras três no Brasil. Segundo Carneiro, o segmento está vivendo há dois anos com "inflação muito pesada", devido à alta do dólar e do petróleo (um dos componentes das tintas é um derivado). Por isso, tornar a produção mais eficiente é fundamental, explica, já que há um "grande desafio de preços", ou seja, pressão de custos e dificuldade de repassar aumentos.
Carneiro relata que, como todos os produtos voltados para o lar, as tintas tiveram forte demanda nos dois primeiros anos de pandemia. Dados da Abrafat, associação dos fabricantes, apontam crescimento de 5,8% no ano passado em relação ao anterior, acima do aumento do PIB. Entre janeiro e abril deste ano, porém, há queda de 7% no segmento, desempenho muito abaixo da atividade econômica.
— A pirâmide do consumo se inverteu. A inflação mudou as prioridades e, especialmente no mercado imobiliário, o juro alto racionaliza mais a compra. Vendemos muito para construtoras, para a chamada primeira pintura. E no Sul e Centro-Oeste, o desempenho está melhor do que o resto do Brasil.
Baixar custo também é o objetivo do desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias. A intenção é melhorar o desempenho das tintas, em aspectos como viscosidade e cobertura, com o processo mais limpo e barato possível. Segundo Carneiro, pela primeira vez na história da empresa, um projeto com um doutor e dois químicos vai desenvolver pesquisas próprias, cujo foco ainda não pode ser revelado.
A PPG foi fundada há 135 anos em Pittsburg (EUA) e fatura cerca de US$ 17 bilhões ao ano. Além das tintas arquitetônicas, no Brasil fornece para o setor automotivo e para embalagens, segmento em que tem a Ambev como cliente, o que significa que suas tintas estão em latas de cerveja e refrigerantes.