De longe, a imagem do restaurante Cantibello, no interior de Gramado, pode ser vista como galpão em madeira antiga e natural, com aquele aspecto acinzentado que remete a palavras como "casebre", "choça" ou "choupana", para os mais parnasianos.
Mas basta se aproximar e ver os detalhes para perceber que a proposta não é assim tão inusitada: é um lugar criado para sentir o "gosto da comida de vó" e vai bem além da refeição. O visual não é fake: fica em uma propriedade da década de 1840, construída por imigrantes alemães e vendida a uma família italiana. A paisagem inclui rios e montanhas, com a possibilidade de fazer passeios, trilhas e piqueniques, ou só um descanso contemplativo.
Os atuais sócios são dois empresários: o gaúcho Ricardo Batista e o mineiro David Tiago Moreira. Os dois já atuavam no turismo em Gramado desde 2013. Em 2020, depararam com a Cantibello, que existia desde 2017 e estava à venda. Era a oportunidade que há anos estavam procurando.
— A gente diz que o local era um diamante bruto que lapidamos. Mantemos parte do cardápio, acrescentando novas opções, mas principalmente procuramos enriquecer toda a experiência dos visitantes, com música, mesas ao ar livre e passeios na natureza — destaca Batista.
Mas mal o negócio foi fechado, veio a pandemia, e o restaurante ficou fechado de março a agosto de 2020. Nesse período, a dupla aproveitou para reformular todo o funcionamento, esperando a reabertura para colocar em prática o projeto que une gastronomia e turismo de experiência.
— Quando assumimos, já tínhamos a proposta de fazer um local de experiência. Aproveitamos a área externa, onde hoje tem uma fazendinha com animais, colocamos as mesas na parte de fora quando o clima está bom, e contratamos um gaiteiro que toca músicas italianas e gauchescas, tudo para enriquecer a experiência dos visitantes — relata Batista.
O restaurante fica na Estrada Professora Elvira A. Benetti, Linha 28, em Gramado. Só abre de sexta-feira a domingo, das 11h 30min às 17h. O atual preço do buffet livre é de R$ 85,90 por pessoa. No cardápio, comfort food: caponata de berinjela, radite com bacon, polenta, massas e molhos artesanais, carne de panela e sopa de capeletti. Mas inclui um extra de respeito: circulação livre pela propriedade.
— Nossa comida é feita no fogão a lenha e em panelas de barro, o clima é acolhedor. Muitos clientes dizem que vêm aqui e se lembram de experiências de infância, das casas das avós, o que mostra que alcançamos nosso objetivo — complementa Ricardo Batista.
Essa seção inclui experiências acumuladas ao longo da pandemia e sugestões de leitores. Quem quiser indicar pequenos negócios que se tornam grandes passeios pelas atrações que oferecem, podem mandar pelos e-mails marta.sfredo@zerohora.com.br e mathias.boni@zerohora.com.br, ou deixar aqui nos comentários.
* Colaborou Mathias Boni