O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Os números não mentem. Uma das principais mudanças geradas na pandemia, a relação das pessoas com suas casas, catapultou a produção do setor moveleiro nacional e gaúcho a patamares dificilmente vistos. As exportações, a partir do Porto de Rio Grande, por exemplo, cresceram 50% apenas no ano passado, totalizando a movimentação superior a 88 toneladas.
Em valores, as vendas externas do país saltaram de US$ 487,6 milhões, em 2020, para US$ 757,3 milhões, em 2021. E o Rio Grande do Sul abocanhou fatia equivalente a um terço do total no período. Entre os principais reflexos, por aqui, a geração de empregos no segmento atingiu 2.590 vagas – um acréscimo de 140% em 12 meses que elevou a quantidade de ocupação no setor para 37.389 empregos formais.
É a maior ocupação registrada nos últimos cinco anos pelo segmento. Apenas nos três primeiros meses do ano, já com sinais de arrefecimento na produção, foram criados outros 362 postos de trabalho, ampliando para 37.784 os profissionais empregados na cadeia moveleira gaúcha. Somente no polo de Bento Gonçalves (que inclui ainda os municípios de Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira e Santa Tereza), considerado o principal do Brasil em número de empresas e peças produzidas, há 6.765 vagas ocupadas, o que representa 18% do total verificado no Estado.
Para manter o ritmo, em ambiente distinto dos anos anteriores, o presidente do Sindimóveis-RS, Vinicius Benini aposta nas vendas externas e nos novos mercados, abertos durante a pandemia. Um novo passo será dado com o projeto Orchestra Brasil, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e atração de investimentos (Apex-Brasil), que levará 17 empresas nacionais à Interzum, principal feira do segmento na América, a partir de amanhã até o próximo dia 13, em Bogotá, na Colômbia.
A boa notícia é que 11 delas serão gaúchas: Akeo, Joelini, LRB, Lufati, Projepack, Promob, Rometal, Tecbril, Tramontina, Wirutex e Zen. De acordo com a consultora do Orchestra Brasil, Ana Cristina Sant’anna Schneider esse elo é fundamental para aumentar a competitividade do setor, principalmente, no que se refere aos componentes, que respondem por 46,7% do valor de produção dos móveis brasileiros.
Nesse contexto, a atenção às tendências será um dos pontos altos da programação. É que desde que a pandemia, os consumidores buscam por espaços que oferecem mais conforto e segurança. Esse é considerado um trunfo para muitos fornecedores brasileiros que já apostavam em quesitos como tecnologia, qualidade, sustentabilidade e design.