Embora exista uma empresa gaúcha com o mesmo nome, a Vibra que tem aparecido nas notícias e nos intervalos comerciais é outra. Trata-se da empresa que é dona da rede de postos ainda conhecidos como "BR", mas que devem mudar de nome em um futuro não muito distante.
Como a coluna relatou na época, a Petrobras vendeu toda sua participação na rede de postos em 1º de julho de 2021.
A partir da saída, a rede BR, que tem cerca de oito mil postos em todo o Brasil, passou a ser uma "corporation", ou seja, uma empresa sem controlador definido, com ações pulverizadas entre investidores do mercado de capitais. Pouco mais de um mês depois, em 19 de agosto de 2021, a empresa anunciou que estava trocando de nome para Vibra Energia. Não por acaso, a palavra mantém as letras BR no meio.
A mais recente movimentação da Vibra foi a formação de uma parceira com as Americanas para criação da rede Vem Conveniência. Cada uma das empresas tem metade do novo negócio, que já surge com 1,2 mil pequenas lojas em postos e 55 fora das estruturas de abastecimento, operadas por franqueados.
As Americanas já tinham seu modelo Express, que se aproximava de uma loja de conveniência, e acentua esse foco com a associação. Por enquanto, as unidades instaladas nos postos seguirão se chamando BR Mania. Como a Vibra vem investindo na comunicação da nova marca, aproxima-se o momento da mudança no nome também da rede.
Antes da parceira mais visível para os consumidores, a Vibra já havia feito associações apontando para os renováveis: fechou com a Copersucar para vender etanol, com a ZEG, para se abastecer de biometano, um tipo de biogás, e comprou 50% da Comerc, maior empresa de comercialização de eletricidade.
Como foi saída da Petrobras da BR
A venda da BR fez parte da transformação do mercado de derivados de petróleo no Brasil, que passa também pela privatização das refinarias, embora a da Alberto Pasqualini (Refap) tenta fracassado, até agora.
Até 2017, a estatal era a única dona da rede BR. Naquele ano, vendeu 29% das ações. Dois anos depois, em 2019, abriu mão do controle. Em julho de 2021, abandonou esse ramo de atividade, resultado de compromisso assumido pela Petrobras com o Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) e Agência Nacional do Petróleo (ANP).
O presidente da BR já era Wilson Ferreira Jr., que saiu da Eletrobras quando o governo Bolsonaro ainda hesitava em vender o controle da companhia de energia elétrica. O executivo comandou a troca de nome da empresa para Vibra.
Entre os maiores acionistas da Vibra, estão fundos e gestores de investimento internacionais, como BlackRock e Vanguard, nacionais, como Verde e Kapitalo, e bancos, como Itaú e Opportunity.