O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Após três anos sem grandes alterações e em baixos níveis, a proporção de empresas gaúchas que investiram no setor industrial voltou a crescer em 2021. O ano fechou no patamar de 72,5%, o maior desde 2014, segundo divulgou, nesta quinta-feira (17), a Federação das Indústrias do Estado (Fiergs). De acordo com a Pesquisa de Investimentos na Indústria 2021/2022, o avanço sobre o ano passado (63,7%) foi de 8,7 pontos percentuais e confirmou a maior propensão aos investimentos no início do ano, pela primeira vez desde 2017.
A análise ouviu 204 empresas gaúchas entre 3 e 14 de janeiro. Segundo o presidente da entidade, Gilberto Porcello Petry, o crescimento da atividade está associado à expansão e atualização do parque produtivo. Razão pela qual, o dirigente acredita que os investimentos deverão continuar.
O cenário favorável também foi percebido pelo percentual de empresas que realizaram seus investimentos conforme o planejado: o mais alto desde 2012, com 57,1%, ou o equivalente a 20,2 pontos percentuais acima de 2020 e 7,7 pontos percentuais mais altos do que a média histórica.
Para se ter uma ideia, somente 2,1% das empresas adiaram investimentos para 2022 ou depois. Já para 76,2% delas, o custo dos insumos, que prejudicou a disponibilidade de recursos foi a principal razão para a não realização plena dos cronogramas. Por outro lado, para 45,2% das empresas, a incerteza no contexto econômico foi a segunda causa mais importante.
O levantamento apura que grande parte dos investimentos da indústria gaúcha em 2021, ou 70% deles, foi financiada com recursos próprios, repetindo tendência que diminui nos últimos anos. Os bancos comerciais, por sua vez, financiaram, em média, 19% e os bancos oficiais de desenvolvimento, 7% do valor.Além disso, sete em cada dez empresas que investiram no período o fizeram na aquisição de máquinas e equipamentos novos. Outras 64,3%, aportaram na manutenção e atualização dos que estão em uso.
Para 2022, as projeções também indicam ventos favoráveis. Os principais objetivos dos aportes previstos serão: melhoria do processo produtivo (27,3%), aumento da capacidade da linha atual (24,5%) e a manutenção da capacidade produtiva (23,8%). No ano, o mercado alvo principal continuará sendo o interno.