Com um novo bairro em implantação em Pelotas, a RNI pretende acelerar projetos no Rio Grande do Sul, em grande parte por identidade com o agronegócio.
A construtora é parte do Grupo Empresas Rodobens, de São José do Rio Preto, polo agrícola de São Paulo, e pretende avançar na contramão das grandes incorporadoras gaúchas, apostando nos segmentos econômico e supereconômico.
— A empresa nasceu e cresceu no interior do Brasil. Antes de investir no Rio Grande do Sul, atuamos com força em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, onde há muitos negócios desenvolvidos por gaúchos. Aí vimos que, se vêm trazer know how, temos espaço para ir ao Estado. Gaúcho não se endivida de forma irresponsável — diz Carlos Bianconi, CEO da RNI, sobre o foco no RS.
O nome da empresa vem de Rodobens Negócios Imobiliários, mas acabou adotado a sigla que identifica suas ações na bolsa. A RNI está listada no Novo Mercado da B3. A Rodobens tem 71 anos, e, segundo Bianconi, é a maior distribuidora de Mercedes Benz, que também representa na Argentina, e uma das maiores da Toyota no Brasil. Também atua no mercado de consórcios e tem uma locadora de veículos pesados e leves para frotistas.
— Chegamos a atuar na alta renda, entre 2008 e 2014, mas a partir de 2014 voltamos às origens e nos focamos nos segmentos econômico e supereconômico. Operamos a faixa 3 do programa Casa Verde e Amarela — relata o executivo.
A estratégia da RNI, detalha, é destinar uma parte dos novos empreendimentos ao programa habitacional oficial, que tem limite de preço de R$ 190 mil, e incluir um número maior de unidades para o que chama de "poder aquisitivo mais resiliente", com valores que podem chegar a R$ 230 mil.
— As pessoas investem no imóvel não só como moradia, mas como um patrimônio que agrega valor. Quando melhora sua renda, pode comprar uma unidade melhor no próximo empreendimento. E se já quitou, pode usar o imóvel como parte do pagamento do seguinte — afirma.
A aceleração da RNI no Estado passa pelo relançamento do Alto dos Jerivás, com casas de 46 a 52 metros quadrados, no novo bairro Cidade Alta, em Pelotas, um novo condomínio no mesmo bairro na categoria econômica, com unidades de 60 a 72 metros quadrados. Em breve, vai lançar condomínios em Canoas, Gravataí, Cachoeirinha e Alvorada, todos com parte enquadrada no Casa Verde e Amarela e parte com valores pouco maiores. Mas avisa que não quer brigar por mercado com as grandes do segmento, MRV e Tenda:
— A empresa não tem pretensão de brigar por tamanho. Não quer ser a maior, mas a melhor. Temos cerca de R$ 1 bilhão de VGV (valor geral de vendas) ao ano e atuamos um mercado que as gigantes não operam, aplicando muita tecnologia construtiva. O Brasil ainda tem déficit habitacional de 15 milhões de unidades, o que vai levar muitos anos para suprir.