O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Desbancando o Vietnã como principal origem das importações brasileiras de calçados em 2021, em janeiro a China enviou mais de 1,32 milhão de pares de calçados para o Brasil, 19,6% mais do que no mesmo mês do ano passado. Desde 2010, quando foi adotada a sobretaxa para importação de calçados chineses (antidumping), a China não assumia o primeiro posto entre as origens das importações.
O volume é mais da metade do total importado no mês, 2,58 milhões de pares. Em valores a China segue na segunda posição, especialmente pelo fato de o produto do Tigre Asiático ter um preço médio baixo, de US$ 3,63 por par. No total, pelas importações chinesas foram pagos US$ 4,8 milhões, 46,3% mais do que em janeiro do ano passado.
Em receita, as importações do Vietnã seguem liderando o ranking de origens. Em janeiro, foram importados de lá 452,7 mil pares, pelos quais foram pagos US$ 9,47 milhões, quedas de 24,2% em volume e de 23,5% em receita na relação com o mês correspondente de 2021.
No terceiro posto entre as origens do calçado importado em janeiro aparece a Indonésia. No primeiro mês de 2022, foram importados de lá 242 mil pares, pelos quais foram pagos US$ 4,8 milhões, altas de 123,5% em volume e de 61,3% em dólares na relação com o mês correspondente de 2021.
No total, as importações de calçados somaram 2,58 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 24 milhões, altas de 30% em volume e de 10,2% em receita na relação com o primeiro mês de 2021.
Considera-se que há prática de dumping quando uma empresa, ou país, exporta um produto a preço inferior ao preço normal de mercado. O direito antidumping tem como objetivo evitar que as produtoras nacionais sejam prejudicadas por importações realizadas a preços de dumping, prática considerada desleal no comércio internacional.
No caso do calçado chinês, cada par tem uma sobretaxa de US$ 10,22, fora o imposto de importação. A renovação do mecanismo está em análise na Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Governo Federal. A decisão deve ocorrer até o dia 1º de março.