Cerca de 8,5 mil quilômetros separam o Rio Grande do Sul do Texas, nos Estados Unidos, mas quem visita o Rancho Texano Lone Star, em Gramado, pode até pensar que está no Estado norte-americano.
Da pintura que imita os tradicionais celeiros do país até a gastronomia típica, tudo foi planejado para que o visitante faça uma imersão na cultura texana. Nas margens da RS-235, o projeto foi desenvolvido por Paulo Lino, um apaixonado por filmes do gênero faroeste, os "filmes de cowboys".
A coluna já sugeriu dar um pulo na Holanda e voltar no mesmo dia, e agora ficou sabendo dessa possibilidade de viver um dia de cowboy americano sem sair do Estado.
— A primeira coisa que as pessoas querem saber é se tenho parentes no Texas (risos). Além de crescer assistindo aos filmes de faroeste, depois de adulto me mudei para os Estados Unidos e vivi no Texas por seis anos. Nesse período, conheci a cultura texana mais profundamente e notei muitas semelhanças com as tradições do nosso Estado. Isso me deixou curioso e decidi pesquisar mais sobre os pontos em comum — detalha.
Criação de gado e cavalos, o churrasco (lá, barbecue) e a presença de imigração alemã são comuns entre gaúchos e texanos. Mesmo intrigado com os pontos em comum entre as duas culturas, Lino só tirou o projeto do papel três anos depois de voltar ao Brasil.
Em 2013, comprou a área onde hoje funciona o Rancho. Era para ser a residência de Lino. Após se divorciar, em 2015, teve a ideia de transformar o local em uma pousada focada na cultura texana. Aos poucos, foi ampliando e, agora, oferece uma série de atrações: tem restaurante (focado na gastronomia texana, claro), acomodações temáticas, área verde e uma fazendinha. Os funcionários apresentam o contexto histórico do local aos clientes.
É possível alugar o rancho para eventos privados, fazer passeios a cavalo, piqueniques e trilhas. Entre os "moradores" do rancho, estão animais da raça texas longhorn, conhecidos pelos longos chifres, como descreve o nome. Mais receptivas ao público infantil, ovelhas e cabras também vivem na fazendinha.
O espaço principal é um casarão de 850 metros quadrados que faz parte da história de colonização da região, construído há mais de cem anos. A estrutura foi mantida, mas alguns elementos da cultura norte-americana foram adicionados, começando pela cor do imóvel. A casa foi pintada de vermelho, como são os tradicionais celeiros americanos.
Lino decorou a área interna com elementos que trouxe do Texas. O local ainda funciona como sede da Câmara Texana de Comércio do Brasil no Rio Grande do Sul.
— Sempre gostei de promover pessoas e negócios, acreditei que, contando a história do Texas, poderia criar um ponto de atração para outras coisas, como oportunidades para empresas gaúchas. Por meio do rancho, fomentamos os negócios, a pesquisa, e o turismo — pontua o proprietário do local.
* Colaborou Camila Silva