As empresas da indústria moveleira gaúcha que atuam no mercado externo fecharam 2021 com bons motivos para comemorar.
Segundo dados da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), o volume de exportação cresceu 63,9% no ano passado em relação ao ano anterior, somando US$ 293 milhões, melhor resultado desde 1997.
O crescimento das vendas externas das indústrias gaúchas supera o resultado médio nacional. Em 2021, as exportações brasileiras cresceram 51%, alcançando US$ 1 bilhão. Em 2020, o volume havia sido de US$ 679 milhões.
Apesar dos números positivos, a Movergs pondera que o resultado "não necessariamente reflete a realidade por completo do setor" já que a pandemia gerou um cenário considerado atípico.
— Iniciamos 2020 com grande estagnação, logo superada pela imensa procura por móveis tanto no mercado interno quanto no externo. Naquele período, enfrentamos escassez de matéria-prima e os preços de insumos. Em 2021, com economia ainda mais instável, os custos de produção e transporte foram um entrave que, em alguns casos, reduziram a margem de lucro das empresas — afirma o diretor internacional da entidade, Marcelo Haefliger.
Na lista dos 10 maiores compradores de móveis produzidos no Estado estão Estados Unidos, Chile, Peru, Uruguai, Reino Unido, Paraguai, Colômbia, Bolívia, Panamá e Porto Rico. Juntos, representam 80,7% do volume total. Só os dois primeiros — Estados Unidos e Chile — somam quase um terço do total vendido ao Exterior.
Para este ano, o setor considera que a exportação seguirá como uma boa alternativa para as empresas. Na avaliação de Haefliger, "muito possivelmente" o mercado interno não vai conseguir desenvolver todo seu potencial, já que as perspectivas são de baixo crescimento do PIB, além de oscilações econômicas.
* Colaborou Camila Silva