Nesta segunda-feira (13), novos grupos se apresentaram para disputar - e arrematar - a concessão de saneamento em blocos regionais de Alagoas.
Uma das surpresas do leilão foi a participação da Cymi Saneamento no consórcio Mundau (registrado assim, sem acento). A empresa atuava até agora mais focada no setor de transmissão de energia, com obras no Estado, e é do mesmo grupo que quer investir R$ 6 bilhões em um complexo de energia e gás em Rio Grande.
O resultado confirma o interesse de empresas originárias do setor de energia para uma aposta mais abrangente em infraestrutura, entrando no saneamento. A Equatorial, que comprou o braço de distribuição da CEEE, também já manifestou interesse em disputar o segmento. O que mais chamou atenção foi o tamanho do ágio pago pelas outras estreantes unidas no consórcio Alagoas, Allonda Ambiental Saneamento e Conasa Infraestrutura.
Para o preço mínimo de R$ 3,3 milhões, ofereceram R$ 1,25 bilhão. O ágio de 37.550% mostra o apetite pelo segmento que vai exigir das empresas muito mais fôlego para fazer os investimentos exigidos pelo Marco Legal do Saneamento. É um sinal positivo para a abertura de capital da Corsan, mas é bom lembrar que o modelo de desestatização gaúcho é muito diferente.
Assim como o Rio de Janeiro, Alagoas optou por oferecer blocos regionais. No caso do ágio de cinco dígitos, foram as regiões Agreste e Sertão. Até pelos nomes, são os mais desafiadores para quem vai fornecer água e esgoto. O outro bloco, arrematado pela Cymi em consórcio com a Aviva Ambiental, teria o filé, em tese: Litoral e Zona da Mata. Nesse caso, para o preço mínimo de R$ 32,4 milhões, o preço oferecido foi R$ 430 milhões. Ainda um ágio muito elevado, mas "só" de quatro dígitos: 1.227%.