Um ranking da alemã Global Savings Group deixou o Brasil em situação constrangedora: entre cem países nos quais foi pesquisado o salário médio líquido, ou seja, descontados os impostos, ficou em 89ª posição, com remuneração mensal de R$ 1.941,78.
A nação que paga melhor seus cidadãos é a Suíça. O valor médio convertido de francos suíços é de R$ 34.236,75. É 17,6 vezes maior do que o do Brasil. No topo da lista, ainda aparecem Luxemburgo e Cingapura, com médias de R$ 23.671,83 e R$ 22.551,32, respectivamente.
A péssima posição do Brasil decorre da remuneração baixa, mas também da confluência de duas outras desvantagens neste momento: altos impostos e maior desvalorização cambial, já que o comparativo final é feito em reais, com participação da Cuponation.
Na América Latina, só há um país em pior situação do que o Brasil neste ranking, que não inclui países mais pobres, como Haiti e Venezuela: a Colômbia, que está em 93º lugar, com salário de R$ 1.728,78. Na região, o Panamá tem a melhor média mensal, de R$ 4.028,53, ocupando a 53ª posição.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada no segundo semestre deste ano, cerca de 30,2 milhões de pessoas no Brasil recebem ainda menos, apenas um salário mínimo, atualmente em R$ 1.192,40. O número corresponde a 34,4% dos trabalhadores, o mais alto volume desde 2012, quando a série histórica começou.
Entre os cem países pesquisados, o último da lista — onde se paga, em média, R$ 1.592,61 aos trabalhadores — é a Tunísia, país no norte da África. Os Estados Unidos aparecem em quinto lugar, com R$ 19.731,35, o Japão está em 15º, com R$ 15.157, e Portugal, para onde muitos brasileiros voltaram a migrar, surge só em 40º, com R$ 5.194,25 — ainda assim, 2,7 vezes mais do que no Brasil.
Abaixo, confira os três países com maior salário médio, o Brasil e seus "vizinhos de lista", ou seja, os 12 na lanterna