Depois de encostar em US$ 80 na véspera, o petróleo tipo brent passou desse valor ontem na bolsa de Londres que concentra as negociações dessa commodity. O barril atingiu US$ 80,75, maior valor desde 16 de outubro de 2018, quando havia chegado a US$ 81,41. No final do dia, baixou 0,9% para US$78,80.
A disparada do petróleo e do gás natural, especialmente do gás natural liquefeito (GNL), mais fácil de transportar, tem espalhado temor de crise energética global.
Esse temor contribuiu para derrubar a bolsa de valores em 3,05%, para 110.123 pontos, e o dólar subir 0,85%, para R$ 5,424 nesta terça-feira (28). O valor do barril costuma ser manipulado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que gradua a produção conforme o consumo para não deixar o produto ficar muito barato, para não perder dinheiro, nem muito caro, para não criar espaço para substitutos, como o etanol. Mas a Opep tem dificuldade para elevar a demanda, e a quebra de empresa produtores de shale gas nos Estados Unidos, no ano passado, tem complicado a equação.
No desabamento geral das bolsas que marcou a terça-feira (28), o fator de maior peso foi o reforço na mensagem de que os estímulos do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) à economia americana podem acabar ainda neste ano. Essa injeções de dinheiro vêm funcionando como esteroides para o mercado financeiro, que bateu sucessivos recordes em plena pandemia com esse artificialismo.
E a ajuda elevou a dívida pública americana, a ponto de fazer o CEO do JP Morgan Chase, Jamie Dimon, falar em "default" (calote) da dívida americana. Segunda maior instituição de crédito dos EUA, o banco informou que começou a traçar um plano para esse cenário em entrevista à CNBC (veja clicando aqui, porque é difícil de acreditar, mesmo). Os EUA estão perto de bater no teto da dívida, de US$ 28,4 trilhões (inimagináveis R$ 154 trilhões), o que agrava o risco levantado pelo JP Morgan.