O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
O banco digital Agibank apresentou no início do mês o “Agi”. Trata-se de um aplicativo (App) pensado para democratizar o acesso a serviços financeiros e não-financeiros. O lançamento veio com 455% de crescimento em abertura de contas. CEO da Agibank, Marciano Testa explica a iniciativa e projeta os novos cenários para o segmento.
Como surgiu a ideia?
O projeto está em construção desde novembro de 2020, é uma evolução natural do negócio. A plataforma é aberta e tem o propósito de democratizar o acesso a serviços bancários e não-bancários. Basta baixar o aplicativo, que reúne todos os touchpoints (momento em que há algum tipo de interação entre a empresas e o cliente) da marca que se transformaram em Agi. O conceito é que o App, blog, site, ATM, os 12 canais convirjam para o aplicativo. É uma grande plataforma que vai distribuir produtos do Agibank, mas também de outros bancos. A novidade é que a gente já nasce com produtos e temos uma fila de parceiros e ofertas de outros bancos, porque o foco deve ser sempre o cliente. Queremos ofertar o que for mais conveniente para ele. Nos colocamos em uma posição de last-mile (ponto de chegada) e o cliente tem a opção de se servir.
Que tipo de produtos?
Há seguros, recarga de celular, educação financeira e uma infinidade de opções. Este é o conceito “one stop shopping”, ou seja, a pessoa abrir o App todos os dias para resolver qualquer demanda. Ainda não estão todas disponíveis, mas já há integração com mais de 300 lojistas. Além disso, temos uma plataforma de investimentos completa, com toda a parte bancária funcionando, a de pagamentos também. O entretenimento deve começar no próximo mês. É uma espécie de curadoria, com parceiros que façam sentido para as demandas dos nossos clientes. As plataformas de investimento fizeram isso muito bem no mundo dos investimentos, abrindo a plataforma para que as instituições pudessem vender ali os seus investimentos. Estamos fazendo isso no banking para que outra instituição também possa vender o seu crédito imobiliário, ou de aquisição de veículos. Eventualmente, isso poderá até concorrer com a Agibank, porém queremos dar a melhor oferta para o cliente. Este é o conceito e uma grande inovação. No Brasil, ainda ninguém fez.
Este movimento é uma tendência para o setor?
O cenário é supercompetitivo. Percebemos uma abundância de bancos digitais. E, no meio de tanta oferta, pretendemos nos diferenciar, porque, hoje o sistema financeiro brasileiro, apesar de todas as finetechs e os neobankings, como nós também somos, ainda é marcado pela enorme concentração. Atualmente, dos ativos totais, 76% estão nas mãos de cinco grandes bancos. O mesmo ocorre com o total de receitas e 77% também está com estes mesmos bancos. Cada neobanking começou por um segmento, nós temos o segmento que é o cliente que precisa de assessoria para o digital, mas, agora, abrimos espaço para de fato acolher o Brasil de verdade. É dentro desta concorrência que nós queremos mostrar a nossa proposta de valor. As pessoas que estão mal atendidos pelas grandes instituições que, entendemos, não tem uma proposta de valor adequada para clientes de renda menos elevada.