Como a coluna cansou de repetir, a venda da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) à Ultrapar, dona da rede de postos Ipiranga, deveria ter se definido em julho.
Mas no dia em que o prazo previsto acabou, a Petrobras informou ao mercado que vai precisar mais tempo: agora, a conclusão do negócio está prevista para o final de outubro.
Conforme a Petrobras, foi realizado um novo aditivo ao Termo de Compromisso de Cessação (TCC) firmado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) estendendo o prazo para a conclusão dos processos de negociação e a assinatura dos contratos de compra e venda de sete unidades de refino, entre as quais a Refap.
O novo prazo é 30 de outubro para a refinaria gaúcha, a Gabriel Passos (Regap, em Minas Gerais) e a Abreu e Lima (Rnest, em Pernambuco), além da Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor, no Ceará), e a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX, no Paraná). Até o final deste mês, a Petrobras pretende concluir a privatização da Isaac Sabbá (Reman, no Amazonas). A refinaria de Araucária, no Paraná, ficou para o final de dezembro.
Até agora, a única refinaria vendida pela Petrobras, das oito colocadas no mercado, foi a da Bahia, chamada Landulpho Alves. Foi comprada pelo Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, por US$ 1,65 bilhão (R$ 8,6 bilhões pelo câmbio de hoje). Esse processo de desestatização de unidades é acompanhado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e só obriga a estatal a dar informações em pontos decisivos da negociação. A Petrobras já informou que a Refap está em fase final das tratativas com a Ultrapar, mas não dá detalhes sobre o que está sendo discutido.
O grupo Ultra
É dono da rede de postos Ipiranga, que comprou em parceria com Petrobras e Braskem, em 2007. Tem maior proximidade com o Estado, tanto pela forte presença da marca Ipiranga e sua identificação com o os gaúchos quanto por outros negócios que tem por aqui: uma pequena unidade no polo petroquímico de Triunfo (Oxiteno) — que está negociando — e um terço da refinaria de Rio Grande. Ainda é dono de Ultragaz e Ultracargo.
* Colaborou Camila Silva