A segunda semana de julho tem três movimentos decisivos: na segunda-feira (12), foi definido o preço mínimo do leilão da Sulgás, na quarta-feira (15), será definido o novo comando da empresa de distribuição de energia conhecida até agora como CEEE-D (há grande probabilidade de troca de nome) e na sexta-feira (16), ocorre o leilão de venda da CEEE-T, a empresa de transmissão do Estado.
A concentração de passos cruciais criou uma espécie de "semana gaúcha de privatizações", que é observada com atenção no país, entre admiração com a velocidade da agenda e preocupação com a velocidade do processo.
CEEE-D
O novo comando da distribuidora que atende a parte da Grande Porto Alegre, Litoral e Sul do Estado tende a não ficar nas mãos de um gaúcho. A coluna apurou que a companhia deve ser administrada por um experiente executivo da Equatorial Energia que atua em uma das divisões atuais do grupo. O nome será apresentado na quarta-feira (13), assim como as primeiras medidas da Equatorial para a quase ex-CEEE-D.
CEEE-T
Se no caso da CEEE-D, o governo do Estado se livra de uma dor de cabeça e volta a arrecadar ICMS, projeta ganhos maiores na venda da CEEE-T. A estimativa de arrecadação está em torno de R$ 3 bilhões, embora o preço mínimo seja de R$ 1,69 bilhão. Há expectativa de intensa disputa pela companhia, que atua no setor mais atrativo do mercado de energia. Das nove potenciais candidatas, a coluna fez contato com sete. Uma não respondeu, cinco mandaram respostas protocolares com variações de "não comenta negócios específicos" — o que costuma ser sinal de interesse — e uma, a MEZ Energia, confirmou acesso aos dados da transmissora gaúcha.
SULGÁS
No caso da Sulgás, o preço mínimo definido na segunda-feira (12), de R$ 927,8 milhões, fico abaixo das projeções iniciais. É bom lembrar que só a metade (51%) a distribuidora de gás natural que atua no Rio Grande do Sul é do governo gaúcho. Além disso, hoje a atividade enfrenta restrições de disponibilidade de gás. Os outros 49% devem ganhar em breve um novo proprietário: nesta terça-feira (12), a Petrobras informou que a venda da Gaspetro, em que tem associação com a japonesa Mitsui, está na "fase vinculante", que é a etapa em que recebe as propostas financeiras.