Quando a plataforma de investimentos Warren, nascida em 2017, obteve novo aporte de R$ 300 milhões, seu CEO, Tito Gusmão, disse à coluna que ia "bater de frente" com XP e BTG.
Enquanto as duas gigantes se engalfinham no mercado, a Warren se prepara para aumentar seu time em 50%: hoje com cerca de 400 funcionários, abriu 200 vagas, metade para a área de tecnologia, especificamente desenvolvedores. E segundo Tito, a missão é preencher ao menos 80% até outubro.
— A Warren vem crescendo bastante e, para entregar ainda mais experiência e tecnologia, precisa crescer mais. Abrimos 200 vagas para comportar esse crescimento. Temos vagas de back office (administrativas), mas grande parte é de tecnologia, para desenvolvedores. E como a Warren tem base em Porto Alegre, por mais que hoje esteja atuando em oito lugares distintos, vamos buscar esses profissionais aqui. A gente brinca que, se Belo Horizonte é a cidade com mais bares por metro quadrado, Porto Alegre é a capital com mais software houses por metro quadrado — diz o CEO da Warren.
Na pandemia, o crescimento da plataforma se acelerou. Para se candidatar a uma das vagas, o primeiro passo é fazer cadastro no site warrenbrasil.gupy.io. Segundo Tito, o "sonho interno" é conseguir preencher 80% das vagas em até três meses. A coluna se surpreendeu com a urgência, e ele rebateu:
— É difícil, mas tem time bacana de RH acelerando.
Segundo Tito, a Warren "aprendeu a viver no modelo híbrido", com pessoas trabalhando de forma remota em todo o país. Como há falta de profissionais de tecnologia no mundo todo, disse que esse mercado vive uma fase de competição global por recursos humanos:
— Antes, a competição era mais física, mas hoje as pessoas que trabalham na Warren recebem propostas de todo o mundo, desde a Microsoft até outras gigantes, mas aprendemos a fazer o mesmo. A gente tem uma política bacana de diversidade, porque acreditamos que é na construção de times diversos que se entrega produtos para um público diverso.
A coluna quis saber como estava o processo de "bater de frente" com XP e BTG, e Tito ponderou que o brasileiro ainda investe em "produtos muito ruins".
— Enquanto eles vão indo para um lado, a gente vai para outro. O que fazemos é totalmente diferente, dos times à cultura. No mercado financeiro, impera a cultura de cada um por si, se alguém levanta da cadeira tem de travar a tela, porque um compete com o outro o tempo inteiro. Temos modelo totalmente diferente em tudo. O modelo da XP e do BTG é conflitado do início ao fim. O que eles mais vendem é Certificado de Operações Estruturadas, o COE, que é um primo do título de capitalização. Um estudo da FGV (confira clicando aqui) já mostrou que 99% dos COEs são uma porcaria, mas vendem porque têm 5% de comissão e ótimos vendedores.
Tito é do time que espera ansiosamente pela volta do trabalho físico. Pretende se vacinar nesta terça-feira (6), mas diz que ainda espera "o que a medicina mandar":
— Esperamos que até setembro todos já tenham ao menos a primeira dose, mas ainda não estamos planejando o retorno. Por enquanto, a grande expectativa é se vai ter festa de final de ano ou não (risos). Não gosto de home office, estou louco para voltar para o barulho.