Nascida em 2017 com a missão de "revolucionar" as aplicações financeiras no Brasil, a Warren acaba de receber um novo aporte de R$ 300 milhões.
Com esses recursos, pretende aumentar o time em 50%, investir nos parceiros, atuar mais em marketing e ir às compras.
Conforme o CEO da plataforma, Tito Gusmão, há negociações em curso com intenção de fazer três anúncios de aquisições nos próximos dois meses.
— Vamos bater de frente com XP e BTG, vamos investir para mudar a indústria de investimentos a partir do bairro mais hipster de Porto Alegre — brinca.
A sede da Warren, que já é a maior corretora independente do Brasil, desafia a lógica geoeconômica da capital gaúcha: fica na Avenida Osvaldo Aranha, no bairro Bom Fim. A expansão dos negócios fez a empresa ocupar todos os andares do prédio onde tinha apenas um. Aliás, o espaço foi ampliado, mas segue praticamente vazio. Se depender da vontade de Tito, voltará a encher assim que for possível:
— Para mim, o novo normal é todo mundo correndo desesperadamente para o velho normal. As vantagens do presencial são maiores do que as desvantagens, para uma empresa no nosso estágio, de construção de produtos e cultura. Isso se constrói no corredor, no cafezinho. Haverá modelo híbrido porque tem gente que fica mais feliz em home office, mas grande parte quer voltar. Na semana passada, os heads (líderes) de RH de Google e Facebook já disseram que todo mundo vai voltar, e isso no Vale do Silício, onde havia home office antes da pandemia.
Como o maior aporte da história da Warren vem de um pool liderado pelo GIC, fundo soberano de Cingapura, investidor global de longo prazo de grandes empresas como Nubank e VR Benefícios, os recursos serão aplicados de forma estratégica. Um dos objetivos é reforçar os 340 parceiros já espalhados pelo Brasil, que atuam de forma diferente de outros chamados "agentes autônomos de investimento". O princípio da Warren é trabalhar com taxa fixa cobrada do cliente, em vez de um percentual de comissão sobre a venda de produtos.
— A gente simplesmente distribui para todo mundo o modelo que só os superricos têm acesso. Democratizamos o serviço de wealth management (gestão de fortunas).
Hoje com cerca de 400 funcionários, a Warren quer chegar a 600 até o final do ano, nas unidades de Porto Alegre, São Paulo e Rio e até no escritório de Nova York. Toda essa movimentação, avisa Tito, "vai fazer barulho":
— Tivemos grande crescimento orgânico e ficamos quietinhos. Chegou a hora de fazer mais barulho, investir mais em marketing e em campanhas.