Ao publicar na internet o contrato completo assinado com a Pfizer, o Ministério da Saúde pôs em risco o fornecimento das vacinas dessa farmacêutica, em parceria com a BioNTech.
O problema é que uma das cláusulas era exatamente a confidencialidade, mas o texto completo ficou aberto no site oficial do Ministério da Saúde por ao menos 10 dias. O contrato prevê que a Pfizer pode rescindir o acordo caso haja descumprimento das regras.
Conforme a coluna publicou em março, o contrato prevê a compra de 100 milhões de imunizantes da Pfizer e da BioNTech. Pelos termos acertados, o documento não poderia ser publicado nos próximos 10 anos. Entre outras informações consideradas "confidenciais" pela farmacêutica, está o valor de cada dose, de US$ 10, totalizando US$ 1 bilhão bem abaixo do que circulava sobre o preço da vacina de última geração.
A coluna consultou a assessoria da empresa, que enviou o seguinte comunicado:
"Em relação ao contrato firmado pela Pfizer e o Ministério da Saúde para o fornecimento de doses da vacina Comirnarty, contra a covid-19, esclarecemos: continuamos trabalhando com o Ministério da Saúde para operacionalizar a entrega das 100 milhões de doses da vacina ao longo de 2021, seguindo o contrato firmado em 19 de março de 2021".
Caso houvesse rescisão por justa causa, o Brasil, precisaria até mesmo pagar pelas doses sem receber a vacina.