O jornalista Leonardo Vieceli colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
O processo de venda da CEEE Distribuição (CEEE-D) teve mudanças no cronograma. O governo do Estado alterou a data do leilão de privatização para 31 de março. Inicialmente, a sessão estava agendada para 3 de fevereiro. A informação foi publicada no Diário Oficial do Estado.
Também houve transferência na data de entrega das propostas de interessados pela companhia. Essa etapa ficou para 26 de março. Antes, estava prevista para 29 de janeiro.
Presente em 72 municípios gaúchos, a CEEE-D caminha para a privatização mergulhada em uma dívida bilionária. O buraco nos cofres é estimado em cerca de R$ 7 bilhões.
Apesar das dificuldades, a distribuidora tende a atrair interessados, segundo analistas do setor elétrico. Um dos pontos que sustentam a projeção é o potencial do mercado da companhia, bastante concentrado na Região Metropolitana.
A estatal distribui energia para cerca de 4 milhões de pessoas, em 1,7 milhão de unidades consumidoras. A Região Metropolitana responde por 59% do faturamento. Além da Grande Porto Alegre, as regiões Sul, Campanha e Litoral também são atendidas.
Antes da venda, a CEEE-D teve de receber aporte de capital do governo de cerca de R$ 3,3 bilhões. A maior parte, em torno de R$ 2,8 bilhões, vem do perdão de parte da dívida de ICMS.
Assim, o novo acionista deve pagar, de forma parcelada, o restante do imposto devido (R$ 1,6 bilhão). A operação é necessária para garantir o preço mínimo simbólico de R$ 50 mil no leilão, conforme o governo.
O ramo de distribuição de energia tem a tarefa de levar a eletricidade até clientes em casas e empresas. Nessa área, também há outra companhia atuando no Estado, a RGE, e cooperativas de menor porte.