O jornalista Leonardo Vieceli colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Após o Brasil ficar para trás na corrida mundial por vacinas contra a covid-19, a pressão por avanços no processo de imunização ganha robustez no país. Ao longo dos últimos dias, esse movimento teve reforço de líderes empresariais. É que a vacinação representa a única alternativa disponível, com base na ciência, para frear a pandemia e, assim, reduzir restrições a atividades econômicas.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) é uma das entidades que lideram o discurso em defesa da imunização. À frente de um dos setores mais prejudicados pela crise do coronavírus, a Abrasel lançou campanha com o slogan "Vacina: eu confio". Segundo o diretor de conteúdo da entidade, José Eduardo Camargo, o objetivo é mostrar que a imunização faz "parte da solução" em meio à tentativa de retomada econômica.
– A Abrasel segue a ciência. Nossa tarefa é alertar a sociedade de que todos têm de remar na mesma direção. A vacina é parte da solução, é confiável. Lógico, entendemos que pode existir algum contratempo no processo de imunização, e não só no Brasil. O mundo está ansioso pela vacina – relata à coluna.
Na visão de Camargo, o setor de bares e restaurantes chegou a ser "penalizado de forma desproporcional" com restrições na pandemia. Além disso, o abre e fecha de estabelecimentos dificultou o planejamento de empresários do ramo, completa o diretor.
Antes da covid-19, a Abrasel estimava que o país tinha cerca de 1 milhão de bares e restaurantes. Com a pandemia, de 20% a 30% podem ter fechado as portas de maneira definitiva, projeta a entidade. Ou seja, até 300 mil não conseguiram resistir aos reflexos da crise.
A mobilização em defesa da vacina também encontrou respaldo em entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Neste mês, a CNI afirmou que a imunização "é fundamental para a retomada da atividade econômica".