Marcada para esta quarta-feira (20), a posse do presidente eleito Joe Biden, nos Estados Unidos, levanta perspectiva de trégua em relações geopolíticas depois de episódios de tensão protagonizados por seu antecessor, Donald Trump. A aposta de analistas e empresários é de que Biden adotará tom menos belicoso na condução dos rumos da maior potência do planeta.
Assim, espera-se que o ambiente de negócios internacional também fique mais previsível, o que pode beneficiar o Brasil. Nos últimos quatro anos, Trump usou sua conta no Twitter, suspensa recentemente, para atacar adversários, fazer ameaças e criticar a China. Parte das publicações serviu de combustível para semear incertezas e turbulências no mercado financeiro global.
– Daqui para frente, previsibilidade será a palavra da moda – projeta José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
Na visão do dirigente empresarial, a chegada de Biden à Casa Branca pouco mudará para os negócios brasileiros no curto prazo. Contudo, há lições importantes que o país terá de superar mais à frente se quiser evitar tensões no cenário externo:
– Vamos ter de mudar a postura diplomática – pontua Castro.
O alerta serve porque Trump era um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a declarar apoio ao republicano durante as eleições. Ou seja, a vitória de Biden testará a capacidade do governo federal de adotar tom mais pragmático. Segundo analistas, isso é necessário para evitar novas pressões e ameaças aos negócios no mercado internacional.
Na área econômica, Biden quer colocar em prática um plano de estímulo a famílias e empresas no valor de US$ 1,9 trilhão. Caso seja confirmada, a reação americana à crise da covid-19 pode causar reflexos positivos em países emergentes, incluindo o Brasil.