O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, "provocou" a multidão que atacou o Capitólio em 6 de janeiro quando o Congresso certificava a vitória eleitoral do democrata Joe Biden, declarou nesta terça-feira (19) o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell.
— A multidão foi alimentada com mentiras — disse o influente legislador em discurso no Senado.
— Foram provocados pelo presidente e outras pessoas poderosas — acrescentou McConnell, um aliado fiel de Trump por quatro anos.
"E tentaram usar o medo e a violência para interromper" a certificação das eleições de 3 de novembro, nas quais Trump perdeu a reeleição contra Biden, disse McConnell.
Milhares de apoiadores de Trump invadiram em 6 de janeiro o Capitólio, sede do Congresso, depois de um discurso do presidente para uma multidão reunida em frente à Casa Branca, no qual repetiu suas acusações infundadas sobre uma suposta fraude eleitoral contra ele. Cinco pessoas morreram no caso desencadeado no Capitólio.
Em 13 de janeiro, a Câmara dos Representantes acusou Trump de "incitar a insurreição". O presidente republicano, que deixa o cargo nesta quarta-feira (20), enfrenta agora um possível impeachment no Senado.
Para condenar Trump na Câmara Alta, é preciso o voto de 17 senadores republicanos, e McConnell não descartou votar a favor da condenação.
Este é o segundo processo de impeachment iniciado pelos democratas contra Trump. Em dezembro de 2019, o presidente republicano foi acusado de "abuso de poder" e "obstruir o bom funcionamento do Congresso".
Trump foi acusado por pedir à Ucrânia que investigasse a suposta corrupção vinculada ao seu então rival político Biden, em troca de desbloquear uma ajuda militar crucial para esse país em guerra.
O Senado, de maioria republicana, o absolveu em 5 de fevereiro de 2020 após duas semanas de julgamento.